Porta aviões português?

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FAAS

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Porta aviões português?
« em: Abril 04, 2007, 10:32:40 pm »
Na sequência de um programa televisivo que vi hoje na RTP-Madeira, tomei conhecimento que no tempo da revolução da madeira foi transformado um navio num porta-aviões.

 Eu pergunto-me se alguém sabe mais sobre o assunto e se consegue disponibilizar algumas fotos.

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ricardonunes

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Re: Porta aviões português?
« Responder #1 em: Abril 04, 2007, 10:47:46 pm »
Citação de: "Coiote"
Na sequência de um programa televisivo que vi hoje na RTP-Madeira, tomei conhecimento que no tempo da revolução da madeira foi transformado um navio num porta-aviões.

 Eu pergunto-me se alguém sabe mais sobre o assunto e se consegue disponibilizar algumas fotos.

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 :?:  

transformado um navio num porta-aviões :!:
Potius mori quam foedari
 

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PereiraMarques

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Re: Porta aviões português?
« Responder #2 em: Abril 04, 2007, 10:53:49 pm »
Citação de: "ricardonunes"
revolução da madeira  :!:

A "revolução" talvez seja esta:
Citar
Da "revolução da farinha" de 1931 à "revolução democrática" de 2007

Lília Bernardes,
no Funchal    
 
Alberto João Jardim foi ontem à Festa da Anona, evento patrocinado pelo Governo Regional. Na condição de presidente demissionário, o líder madeirense mantém o calendário de eventos e inaugurações previstos. No palco do Faial, a intervenção soou já a comício de pré-campanha, não fosse Jardim comparar o actual momento político de eleições antecipadas, por ele provocadas, com a velha "revolução da farinha" de 4 de Fevereiro de 1931, contra o regime de Salazar, só que, desta vez, "sem armas", tratando-se, portanto, de uma "revolução democrática".

Mas Alberto João Jardim esquece-se dos pormenores históricos. O livro publicado pela Direcção Regional do Turismo e Cultura - Revolta da Madeira - 1931, de Maria Elisa Brazão e Maria Manuela Abreu - edição paga pelo orçamento da região em 1994, as autoras fazem questão de referir no prefácio que esta "revolta", e não revolução, "tem sido motivo de muitas e diversas interpretações, para as quais falta, abundantes vezes, o respectivo sustentáculo documental", ou seja, "não nos parece legítimo associar a eclosão deste movimento revolucionário com manifestações autonomistas ou separatistas, pois, na sua essência, tratou-se de uma conspiração planeada", por deportados políticos do continente, "a partir do Funchal, contra o Governo de Lisboa, com o objectivo de derrubar a ditadura instaurada pelo Estado Novo". Segundo as historiadoras, foi o descontentamento vivido na ilha face ao novo regime cerealífero e à falência de duas casas bancárias, o desemprego e a crise económica que originaram "um clima propício de saudação popular à insurreição".

Em síntese, a comparação não é correcta. O sistema autonómico, conquistado com o 25 de Abril, transferiu poderes legislativos, executivos e responsabilidades políticas para a região. Presentemente, Jardim vê-se a braços com um aumento do desemprego. Segundo uma nota da secretaria dos recursos humanos, Janeiro registou um "acréscimo do número de inscritos no Instituto Regional de Emprego", o que, em termos homólogos, significa mais 18,2% face a igual período do ano anterior.

Fonte: http://dn.sapo.pt/2007/02/26/nacional/d ... oluca.html
 

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Ricardo

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« Responder #3 em: Abril 05, 2007, 01:09:52 am »
Em tempos também já li algo sobre isso, do que me recordo, tratou-se da modificação de um navio mercante em porta-hidroaviões, e não em porta-aviões!

Ao que parece, a ideia foi inspirada num porta-hidroaviões estrangeiro da época, salvo erro espanhol.

Assim, como tal deve-se ao facto de até a construção do aeroporto da Madeira no concelho de Stª Cruz, os mesmos eram os únicos meios existentes para efectuar transporte aéreo entre o continente e a ilha.
 

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luis filipe silva

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« Responder #4 em: Abril 05, 2007, 12:02:38 pm »
De facto não houve transformação de nenhum navio português em porta-hidros. Talvez se esteja a referir ao navio mercante CUBANGO, que foi requisitado como "transporte de guerra", e que nos seus porões transportou alguns hidroaviões. Mas só isso, sem transformação alguma. Durante as operações, o Cubango colidiu com um contratorpedeiro, afundando-o.
No programa de reequipamento de Magalhães Correia esteve planeado construir um navio dedicado à operação de "hidros", mas não passou do papel.
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Luis Filipe Silva
 

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FAAS

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« Responder #5 em: Abril 05, 2007, 01:30:49 pm »
De facto houve referencia a um abalroamento que originou o afundamento de um dos navios, ainda não procurei saber mais acerca do CUBANGO que refere.

Quanto às "intenções" de construir um navio dedicado a operação dos hidro-aviões, mais uma vez uma demonstração do que os dirigentes da nossa marinha tem feito dela ao longo dos anos...

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luis filipe silva

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« Responder #6 em: Abril 05, 2007, 02:41:29 pm »
citação:
Citar
Quanto às "intenções" de construir um navio dedicado a operação dos hidro-aviões, mais uma vez uma demonstração do que os dirigentes da nossa marinha tem feito dela ao longo dos anos...

A culpa não pode ser imputada aos"dirigentes" da Marinha, mas sim sempre aos políticos que têm de aprovar os programas e libertar as verbas.
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Raul Neto

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« Responder #7 em: Abril 05, 2007, 04:39:17 pm »
O Luís Filipe Silva, o JLRC, ou outro colega talvez me possam confirmar se na Armada existiram 2 Avisos (um deles o Afonso de Albuquerque), que no início das suas vidas úteis lançavam um pequeno hidroavião, para depois o recolherem por intermédio e uma grua... :roll:

Cumprimentos,

Raul Neto
 

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papatango

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« Responder #8 em: Abril 05, 2007, 05:00:56 pm »
O Transporte de aviões estava incluido no plano naval de 1930, o qual previa a construção de:

1 x Cruzador ligeiro
6 x Contra-torpedeiros
6 x Avisos (Armamento idêntico aos Contra-torpedeiros, mas muito menos potência)
2 x Canhoneiras
4 x Submarinos
1 x Transporte de aviões
2 x Vedetas de fiscalização

Portugal encomendou o transporte de aviões à Italia em 1931, a um preço de 385.000 libras.

entretanto a Libra desvalorizou muito como resultado da chegada à Europa da crise de 1929 os italianos exigem mais dinheiro a Portugal.
Portugal recusa pagar mais (Salazar = unha de fome :mrgreen: ) e o transporte de aviões nunca chegou sequer a ser começado.

A construção do transporte de aviões, não me parece que tenha nada a ver com a revolta dos exilados politicos que ocorreu na Madeira.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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P44

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« Responder #9 em: Abril 05, 2007, 05:57:38 pm »
Citação de: "Raul Neto"
O Luís Filipe Silva, o JLRC, ou outro colega talvez me possam confirmar se na Armada existiram 2 Avisos (um deles o Afonso de Albuquerque), que no início das suas vidas úteis lançavam um pequeno hidroavião, para depois o recolherem por intermédio e uma grua... :wink:

Um Abraço

 :idea: http://pt.wikipedia.org/wiki/NRP_Afonso ... %28F470%29

Citar
A classe Afonso de Albuquerque foi uma classe de avisos coloniais da Marinha Portuguesa construída em 1934. Os navios desta classe eram pequenos cruzadores ligeiros, com um deslocamento de 2.420 toneladas e velocidade de 21 nós.


[editar] Navios
NRP Afonso de Albuquerque (F470)
NRP Bartolomeu Dias (F471)
O NRP Afonso de Albuquerque foi afundado em combate com forças da União Indiana (3 fragatas e dois contra-torpedeiros)em 18 de Dezembro de 1961, ao largo de Mormugão.


[editar] Armamento
4 peças de 120 mm;
2 lançadores de cargas de profundidade;
4 peças antiaéreas de 77 mm;
4 metralhadoras antiaéreas de 40 mm;
Possuíam ainda um hidroavião para reconhecimento e bombardeamento.

Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Classe_Afonso_de_Albuquerque"


aqui não se vê :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Raul Neto

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« Responder #10 em: Abril 05, 2007, 06:53:15 pm »
Obrigado P44 :wink:
 

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luis filipe silva

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« Responder #11 em: Abril 05, 2007, 08:30:54 pm »
Para o Raul Neto:
Aqui vão fotos dos navios da época incluindo duas da classe B. Dias.
http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_ ... /pag6.html
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Luis Filipe Silva
 

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JLRC

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« Responder #12 em: Abril 05, 2007, 08:33:28 pm »
Citação de: "Raul Neto"
O Luís Filipe Silva, o JLRC, ou outro colega talvez me possam confirmar se na Armada existiram 2 Avisos (um deles o Afonso de Albuquerque), que no início das suas vidas úteis lançavam um pequeno hidroavião, para depois o recolherem por intermédio e uma grua... :roll:

Cumprimentos,

Raul Neto


O Luís já te respondeu. O Afonso e o Bartolomeu tiveram de início um hidroavião.
 

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luis filipe silva

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« Responder #13 em: Abril 05, 2007, 08:43:59 pm »
Infelizmente tive anos de trabalho e ninguém procura os tópicos relacionados:
http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?t=2621
Está incluida a aeronautica naval.
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Luis Filipe Silva
 

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Raul Neto

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« Responder #14 em: Abril 05, 2007, 09:15:44 pm »
Bem hajam pelos vossos esclarecimentos :wink:

Apraz-me dizer que se calhar fazia falta um plano Magalhães Correia adaptado às necessidades actuais.