ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR

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chaimites

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ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« em: Setembro 04, 2010, 06:13:25 pm »
A Marinha Chinesa procura ter bastante poder de dissuasão e capacidade de contra-ataque como força estratégica.  Ela propõe a concepção de um programa de Submarino-Aeródromo Nuclear (SSNCV), chamado Zheng He, de emprego estratégico, que seria uma espécie de "Mãe" gigantesca.
 
Os Chineses entenderam que para uma plataforma de lançamento escapar da ameaça dos submarinos modernos é melhor ser um deles.



Seria como uma baleia conduzindo seus filhotes pelos oceanos que, na verdade, são mais parecidos com os peixes parasitas que acompanham os tubarões
Esse submarino mãe levaria aeronaves internamente, com capacidade de descolagem e aterragem, além de lançadores de diversos tipos de mísseis, como os anti-navios e até os estratégicos.



Serviriam em seus deques internos 40 aeronaves de caça, 5 helicópteros anti-submarino, e 3 AWACS não tripulados. Eles decolariam e pousariam nas pistas dispostas em ambos os lados do deque de voo



Esse gigante seria equipado com 32 silos de mísseis nucleares estratégicos localizados em sua popa (ver 4 séries de 8 silos), que lhe forneceria uma grande capacidade de ataque nuclear. Na proa, haveria 4 silos de mísseis anti-navios e anti-aéreos.

Porém, com sua grande novidade, seriam montados berços em ambos os lados do gigantesco Zheng He para quatro submarinos convencionais ou nucleares. Para abrigar os filhotes e tudo mais, tal submarino poderia ter um peso bruto de deslocamento submerso de algo como 60 mil toneladas.



Esses "filhotes de baleia" ou "parasitas" poderiam conduzir escolta subaquática sem serem detectados e poderiam receber todo o seu fornecimento debaixo d'água, quebrando o paradigma atual de que precisam sempre subir à superfiície.

fonte: http://www.defesabr.com/Tecno/SAe/tecno ... mo.htm#SAe


Que acham os especialistas de estrategia aqui do forum?
 Os chineses  estao doidos e é inviavel um monstro destes, ou isto colocaria meio mundo em sentido?
 

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nelson38899

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #1 em: Setembro 04, 2010, 09:20:51 pm »
O bicho é grande sim senhor!

Pergunto-me até que ponto, este equipamento não passe de um elefante Branco, ou seja, um alvo fácil para uma frota ssk.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Get_It

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #2 em: Setembro 04, 2010, 10:05:02 pm »
Isso não passará mais que um what-if artístico por um blogger chinês. Se pesquisarem irão encontrar outros projectos parecidos, incluindo alguns russos.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Crypter

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #3 em: Setembro 04, 2010, 10:49:17 pm »
lol! Isso teria um tamanho que até da estação espacial o conseguiriam detectar!! :D
 

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chaimites

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #4 em: Setembro 04, 2010, 11:09:45 pm »
Eu  pensei o mesmo, de facto ao longo da historia e em varios conflitos sempre que apareceu um "monstro " parecido mas a escala da epoca, torna-se alvo prioritario e muito poucos resistiram as primeiras missoes!
No entanto recordo que ja na 2ªGuerra Mundial os japoneses tinham um submarino porta aviao. pois so levava um!
Mas, um submarino abastecedor talvez nao fosse má ideia! existe?
 

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P44

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #5 em: Setembro 05, 2010, 11:55:16 am »
Pelo menos na WW2, os Alemães tinham submarinos reabastecedores de U-boat, designados "vacas-leiteiras":

Citar
CURIOSIDADES:
Colaboração: Manoel Carlos Prieto Batan
A guerra submarina teve lances estratégicos muito interessantes do ponto de vista
militar, e a logística destinada aos U-Boats em alto-mar sempre foi uma das
prioridades do Almirante Dönitz, assim, conheça a história dos "Submarinos
Reabastecedores", escrito por nosso colaborador Batan:
Ao ampliar as suas operações no Oceano Atlântico, até alcançar as costas da
América do Norte, Sul e África, os submarinos germânicos do Tipo VII, que
constituíam o grosso da frota de submersíveis, deparavam com uma grave
limitação no seu poder combativo.

Seu raio de ação não era suficientemente amplo (12 mil quilômetros) para permitir
que permanecessem tanto tempo em zonas tão longínquas. A eficácia dos seus
raides ficava assim radicalmente reduzida.
Nos anos iniciais da guerra, a Marinha Alemã havia utilizado navios-tanque para
abastecer em alto-mar os submarinos, conseguindo dessa forma prolongar
grandemente seu período de operação.
No entanto, a perseguição incessante levada a cabo pela frota britânica, causou
terríveis baixas nas fileiras de navios-tanque que navegavam sem armamento
pesado nem proteção de escolta. Os alemães, portanto, se viram finalmente
obrigados a renunciar ao seu emprego.
Para substituí-los recorreram a uma hábil solução: a partir de setembro de 1941,
foram construídos submarinos especialmente projetados para o transporte de
combustível. Estes submergíveis, oficialmente designados Tipo XIV, receberam
dos marujos o curioso apelido de "vacas leiteiras".

As vacas-leiteiras se reuniam com os submarinos de combate em alto-mar, em
pontos pré-determinados e os reabasteciam de combustível, torpedos, munição,
víveres, água e medicamentos. Evacuavam os feridos e enfermos, trocando-os
por tripulantes de reserva.

Os submarinos-tanque tipo XIV deslocavam 1.688 toneladas e podiam transportar,
além de sua própria carga de combustível e provisões, 720 toneladas de petróleo
destinadas ao reabastecimento. Seu raio de ação alcançava 15 mil quilômetros e
sua tripulação era de 53 homens. Era armado com dois canhões de 37mm antiaéreos
e um de 20mm. Sobre a coberta levava quatro torpedos destinados a
rearmar outros submarinos.
Entre 1941 e 1944 os alemães iniciaram a construção de 17 submarinos Tipo XIV,
porém só dez foram lançados ao mar e entraram em operações. Apesar do seu
número reduzido, as vacas-leiteiras prestaram inestimáveis serviços à
devastadora campanha submarina, realizada pelos germânicos no decorrer da II
Guerra. Todos os submarinos Tipo XIV foram afundados.
Afundamentos dos submarinos reabastecedores do Tipo XIV:
U-459 - Kmdte. Wilamowitz-Moiledorf - 24/07/43 - afundado por avião da RAF
(Esquadrilha 172) a noroeste do Cabo Ortegal.
U-460 - Kmdte. Schnorr - 04/10/43 - afundado por avião da U.S. Navy, CVE-11
(USS Card) ao Norte dos Açores.
U-461 - Kmdte. Stiebler - 30/07/43 - afundado por avião da RAF (Esquadrilha 461)
ao norte do Cabo Finisterra.
U-462 - Kmdte. Vowe - 30/07/43 - afundado por avião da RAF (Esquadrilha 502) a
noroeste do Cabo Ortegal.
U-463 - Kmdte. Wolfbauer- 15/05/43 - afundado por avião da RAF (Esquadrilha
58) a sudoeste das Ilhas Scilly.
U-464 - Kmdte. Harms - 20/08/42 - afundado por avião da U.S. Navy (VP-73) a
noroeste de Rockall.
U-488 - Kmdte. Studt - 24/07/43 - afundado por contratorpedeiros da U.S. Navy
perto do Cabo Verde.
U-489 - Kmdte. Schmandt - 04/08/43 - afundado por um avião da RCAF
(esquadrilha 423) ao sul da Islândia.
U-490 - Kmdte. Gerlach - 12/06/42 - afundado por avião da U.S. Navy, CVE-25
(USS Croatan) a noroeste dos Açores.

http://www.panzermodel.com/uboat/BDU%20 ... O%2012.pdf




 :arrow: http://www.uboat.net/types/xiv.htm
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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LuisC

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #6 em: Setembro 05, 2010, 01:00:19 pm »
Citação de: "chaimites"



Parece-me uma boa ideia para um filme do Spielberg. :)
 

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #7 em: Setembro 05, 2010, 11:44:10 pm »
De facto é impressionante, mas penso que totalmente inviável, hoje em dia é muito mais perigoso um mini-submarino de ataque do que este colosso dos mares. Qual seria o seu tamanho uns 700/800 metos de cumprimento? Mais ou menos o tamanho de 3 Porta-Avioes? Qual seria a sua tripulação? Cerca de 10000 marinheiros? Em caso de Guerra a sua maior ameaça seria o misseis nucleares? Em caso de conflito se for ao fundo qual seria a repercussão na Marinha Chinesa, ja agora qual o seu custo? Mais ou menos o PIB portugues 180 mil milhoes de euros? Não acredito que vá para a frente. Mas que é vistoso é.
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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Vicente de Lisboa

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #8 em: Setembro 06, 2010, 11:49:30 am »
Isto é demasiado fixe para não ser construído.

E segundo a historieta, a Frota do Tesouro do Zheng He também era oversized, por isso.. quem sabe?
Era péssima ideia, mas as ditaduras - ainda para mais comunistas, ainda para mais asiáticas, não são conhecidas pela sua modéstia, por isso... É um sonho bonito I say.

 

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chaimites

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #9 em: Setembro 08, 2010, 05:19:06 am »
por falar em Historieta  

um documentário sobre os primeiros submarinos porta avioes.  com a qualidade  da NATIONAL GEOGRAFIC





 

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papatango

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Re: ZHENG HE - A MÃE NUCLEAR
« Responder #10 em: Setembro 13, 2010, 03:40:20 pm »
É comum o aparecimento de projectos megalómanos e este não passa disso.
De memória, creio que já foi estudada a ideia de um porta-aviões submarino pelos americanos e os japoneses desenvolveram um sistema de pequenas dimensões que lançava aviões a partir de uma catapulta.
Os ingleses desenvolveram o conceito do porta-aviões iceberg, construindo um porta-aviões à base de gelo e serradura compactada (mistura extremamente resistente), que teria um deslocamento de qualquer coisa como 500.000 toneladas. Seria virtualmente inafundável e o único inimigo era a temperatura, pois se algum sistema interno de arrefecimento falhasse, o porta-aviões derretia.
O seu maior inimigo foram os Açores, pois quando Portugal autorizou a utilização dos Açores, o porta-aviões de gelo tornou-se inutil.

O principal problema dos visionários de todos os países é a enorme distância que é preciso percorrer entre a teoria dos desenhos e a prática. Quando os problemas REAIS aparecem eles têm que ser resolvidos a sério e não com desenhos.
Na maior parte dos casos, não existe a tecnologia nem os recursos necessários para desenvolver sequer as soluções para os problemas.

O caso mais conhecido são as fantásticas armas hitlerianas. Grande parte eram projectos fantasiosos, com alguma lógica e algum estudo científico por trás, mas depararam-se com problemas tecnológicos que não podiam ser resolvidos. Os recursos para os resolver pura e simplesmente não estavam disponíveis.

A principal arma onde os nazis investiram foram os mísseis de cruzeiro ou bombas voadoras V-1 e os mísseis balísticos V-2.
Os V-2, provocaram mais vitimas do lado alemão (milhares de operários mortos de fome e exaustão) que do lado aliado com as explosões.
O dinheiro gasto nas V-2 teria podido pagar entre 3.000 a 4.000 tanques Panther. A Alemanha poderia ter colocado no campo de batalha de 9.000 a 10.000 Panther em vez dos 6.000 que conseguiu enviar para combate.

O que seria mais útil à Alemanha ?


A título de curiosidade e eventualmente para notar o anedótico da imagem, falamos da China, um país que começou a construir o seu primeiro submarino (Xi-há) lançador de mísseis balísticos em 1978, levou nove anos até o declarar oficialmente operacional, mas tudo indica que o navio nunca esteve em condições de operar de forma efectiva e ainda hoje - 32 anos depois - não está totalmente operacional.
Diz-se que apenas os novos submarinos da classe Jin (que são cópias melhoradas do Xi-há) podem disparar os seus mísseis.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...