Edu. O sistema que defende parece-me muito próximo do da Câmara dos Representantes nos EUA, com as virtudes e defeitos já muito conhecidos desse sistema, nomeadamente o famoso lobby e o "torpedeamento" constante da disciplina partidária. Também, volto a recordar, que este sistema dificulta ainda mais a entrada dos pequenos partidos no Parlamento, aumentando a propensão para o Bipartidarismo...Parece-me que as possibilidades de um candidato apoiado por um partido pequeno conseguisse ultrapassar a votação de todos os outros candidatos apoiados pelos partidos "maiores", mais "instituídos" e dessa forma ser eleito...Provavelmente apenas um cacique local, "vira-casacas", que tivesse sido anteriormente Presidente da Câmara conseguiria tal feito!
Relativamente à parte dos lobbies acho que podemos todos concordar que eles existem e dominam os governos em Portugal no actual sistema. A lista de circulo único como o PereiraMarques defende não iria mudar isso em nada.
É um facto que actualmente as grandes empresas e bancos dominam por exemplo o processo legislativo actual. Olhemos para o recente caso da alteração da lei relativamente aos cartões de crédito por pressão do sector bancário, acho tanto eu como o PereiraMarques podemos concordar que houve aqui lobby.
Portanto relativamente aos lobbies acho que estamos entendidos que o sistema dificilmente ficará mais refém dos lobbies do que já está hoje.
Relativamente ao Bipartidarismo, ora aqui até assumo que este possa eventualmente ser reforçado,
muito sinceramente não sei, mas acredito que tal como nas câmaras municipais que conseguem eleger candidatos de outros partidos que não os dois maiores consigam também eleger aqui deputados de outras cores políticas. Mas novamente volto a afirmar, estando os deputados numa posição de muito maior independência dos partidos na sua eleição, coloca-os numa posição de menor sujeição à disciplina de voto, o que na prática conduzirá a um maior pluralismo de diferentes ideias e opiniões que é o que na prática também o PereiraMarques quer ao defender um sistema que dê mais lugares aos pequenos partidos.
E depois olhando para a corrupção, ora hoje uma grande empresa ou lobby que queira influenciar a aprovação ou não de uma lei tem que "pagar/oferecer cargos" a um ou dois ministros e meia dúzia de secretários de estado, todos os deputados da maioria votarão de acordo com a disciplina de voto, o suborno destes é feito pela a oportunidade de subida na hierarquia do partido e manutenção do seu lugar como deputados. Ou seja subornando não mais que 10 pessoas nos locais certos muda-se uma lei, assina-se um contracto desfavorável para o estado, etc. Para uma grande empresa isto é barato.
No sistema que eu defendo quem quiser influenciar algo que seja contra o bem do estado não lhe basta subornar 10 pessoas, teria de subornar pelo menos 116 pessoas. Talvez seja mais fácil subornar um deputado que um ministro, mas certamente será mais fácil subornar uma mescla de 10 ministros e secretários de estado do que 116 deputados (sem contar com os membros do governo). Portanto lobbies continuaram a existir, mas serão mais caros de pagar para as grandes empresas.
Votação