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UNITAS LXIII: Atuação da Força Combinada Multinacional de Operações Especiais antes do “Dia D”
Por Guilherme Wiltgen
Como parte da UNITAS 2022, foi realizada no dia 16 de setembro, o Dia D, uma Operação Anfíbia multinacional em Itaoca (ES). A Operação contou com uma simulação de resgate de cidadãos ameaçados do litoral de um país em conflito, por meio de uma incursão anfíbia, realizada por navios e aeronaves da Esquadra brasileira e da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE).
Antecedendo o desembarque de mais de mil militares de 12 países durante o “Dia D”, equipes de Operações Especiais, integrantes da Força Combinada Multinacional de Operações Especiais, comandada pelo Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp), foram infiltradas e deixadas em pontos estratégicos para cumprir tarefas de apoio que permitiriam o desembarque da Força de Incursão (ForInc). Esta Força contou com 158 operadores especiais entre Fuzileiros Navais e Mergulhadores de Combate do Brasil, Equador, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Uruguai, sendo 55 brasileiros e 103 estrangeiros.
Salto Livre Operacional (SLOP) utilizando as aeronaves UH-1Y Venom (Foto: US Marine Corps Forces South – marforsouth)
Anteriormente ao desenvolvimento do tema tático, houve uma fase de oficinas visando ao intercâmbio de técnicas, táticas e procedimentos (TTP). Os operadores Fuzileiros Navais realizaram adestramentos de Salto Livre Operacional (SLOP) a partir das aeronaves UH-15 Super Cougar, do 2° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2), salto semi-automático utilizando as aeronaves UH-1Y Venom do USMC, e ainda adestramentos de combate em ambientes confinados (CQB) e de tiro de precisão (Sniper), conduzidos a bordo do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero).
Adestramentos de Salto Livre Operacional (SLOP) a partir da aeronave UH-15 Super Cougar.
Já os mergulhadores de combate dos diversos países realizaram adestramentos de mergulho de combate, desativação de artefatos explosivos, combate em ambientes confinados (CQB) e de abordagem de embarcações com oposição, conduzidos pelo Grupamento de Mergulhadores de Combate da Marinha do Brasil (GruMEC).
Durante a operação anfíbia, a Força Combinada Multinacional de Operações Especiais recebeu tarefas específicas como a neutralização de uma Bia MSA de longo alcance e o estabelecimento de Postos de Vigilância a fim de emitir alerta antecipado de qualquer reforço da força oponente.
Para o cumprimento de suas tarefas, as tropas de Operações Especiais foram divididas em dois Elementos-Tarefa. A parte terrestre contou com Comandos Anfíbios do Batalhão Tonelero, de militares da Force Recon do USMC, Comandos Anfíbios do Equador, Paraguai e Uruguai, além de três observadores da França. Já a parte marítima contou com Mergulhadores de Combate do GruMEC, o SEAL Team, o Special Boat Team (SBT) e o EOD Team, todos da US Navy, além de mergulhadores de combate do Equador e Peru.
As infiltrações ocorreram antes do “Dia D” e foram realizadas utilizando helicópteros UH-15 Super Cougar e MH-60S Seahawk a partir do NAM Atlântico (A 140) da Marinha do Brasil e do USS Mesa Verde (LPD 19) da Marinha dos Estados Unidos, respectivamente, e também por superfície por meio de embarcações de desembarque pneumáticas lançadas a partir da Fragata Constituição (F 42).
No decorrer da operação foi realizada pelos mergulhadores de combate, a interceptação de um navio suspeito de ingressar com material ilícito na área de operações utilizando a técnica de VBSS (Visit, Board, Search, and Seizure) empregando lanchas de ação rápida Zodiac Hurricane H753 do GRuMEC.
O Contra-Almirante (FN) Claudio EDUARDO Silva Dias, Comandante Naval de Operações Especiais, ressaltou a importância da troca de experiência entre os militares, a bem sucedida missão das tropas de Operações Especiais na UNITAS LXIII, e concluiu dizendo que “considero que o propósito da operação UNITAS, na parte de operações especiais, foi plenamente atingido, estreitando laços com nações amigas, permitindo a evolução de técnicas, táticas e procedimentos e, o mais importante, a integração entre os militares que permitiu a interoperabilidade entre as Forças Armadas participantes da operação”.
FONTE: Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp)