Eu tinha ouvido (de forma oficial e na comunicação social, há alguns anos, penso que ainda se estava a decidir se iam ou não pelos KC) que Portugal se tinha comprometido com a NATO juntamente com outros países (não me recordo de quais) a formar um grupo de AAR (Air to Air Refueling) que penso seria para executar missões NATO no atlântico e sul da Europa.
Até penso que a ideia uma das ideias seria por os KC a fazer essa missão. Tanto quanto sei seria uma pool de aeronaves que iam rodando para garantir que existe sempre um mínimo disponível 24h7dia para a Aliança, ou seja não iam implicar ter as 3 meios ao mesmo tempo.
Contudo já fiz várias tentativas para encontrar os documentos relativos a esse tema mas nunca encontrei nada descritivo, apenas a indicação que Portugal faz/vai fazer parte desse grupo.
O problema dos KCs, é que além de só reabastecer com P&B, têm um alcance muito curto, o que quase que nega a racionalidade de os utilizar para abastecer aeronaves para operar no Atlântico Sul. O MRTT, além de poder usar ambos os sistemas de abastecimento, tem um raio de acção muito mas muito superior. Hipoteticamente falando, se viéssemos a substituir os P-3 por P-8, e tivéssemos MRTT, um P-8 passava a conseguir operar em qualquer zona do Atlântico, o que seria uma capacidade inédita para nós. Também permitia que os F-16 operassem livremente na ZEE, algo que hoje têm limitações.
Ou o(s) A330 MRTT eram bastantes úteis em outras valências ou são um investimento discutível - se os operamos vamos deixar de ter algo, que "os almoços não são grátis"... e há tanto que precisamos. Até porque, para alguns aparelhos, já iremos ter essa capacidade com o famoso KC-390.
A questão é que os MRTT não são simplesmente "gasolineiras com asas". É um avião extremamente versátil, que tanto pode abastecer outras aeronaves (de qualquer país da NATO) com os dois métodos, tornando-se um grande multiplicador de força, como tem uma capacidade de transporte e um alcance como nenhuma outra aeronave que temos.
Agora, o método de aquisição deste tipo de aeronave, é que poderia ser colocado em debate: operação individual de 2 aeronaves, operação conjunta das mesmas com Espanha, ou compra de 1 aeronave para fazer parte do consórcio da NATO MMF, e incentivar a que tenham uma base de operação em Portugal (por exemplo Beja) com olho nas tais operações em África/Atlântico Sul.