Infraestrutura AeroespacialAo todo, nesta categoria, são sete projetos.
Relacionado ao KC-390 e ao programa do F-X2, foram feitos investimentos para adequar, ampliar e modernizar a capacidade e infraestrutura da Ala 2 em Anápolis, hoje uma das principais bases da FAB que conta com um esquadrão de reconhecimento; um de AEW&C e sensoriamento remoto; um de transporte com o KC-390; um de caça (se preparando para receber em breve mais uma segunda unidade de caça); e um grupo de defesa antiaérea.
Novos prédios, pátios de aeronave, iluminação, torre de controle, paiol, segurança interna, hangares, hangaretes de linha de voo dentre outras melhorias estão sendo realizadas.
Já em 18 de agosto de 2020 a FAB inaugurou em Corumbá (MS) o chamado Radar de Defesa Aérea, que apesar do nome tem aplicação dual, ou seja, para o segmento militar e civil.
Desenvolvido no Brasil, o radar tem as funções de vigilância e controle de interceptação, aproximação de precisão e de direção de tiro, ampliando a cobertura radar do território nacional, melhorando a vigilância da fronteira seca e, principalmente, permitindo a detecção de aviões provenientes da Bolívia e do Paraguai em voos ilícitos a baixa altura.
O ATN-BR, por sua vez, representa a modernização da FAB nas redes de comunicação operacional baseados em IP, dados e voz, impactando em eficiência, agilidade e aumentando a segurança para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).
A FAB também está criando, em Guaratinguetá, um Centro de Controle de Aproximação (APP) unificando São Paulo e Rio de Janeiro, que gerenciam a maior concentração do tráfego aéreo nacional. Além de proporcionar a inauguração de uma estrutura moderna e mais adequada, o local vai gerar ganho de eficiência em termos de recursos materiais e humanos.
Para o ADS-B Continental, a FAB está implantando o sistema atendendo todo o espaço aéreo continental para operações em rota e nas Áreas Terminais (TMA) que englobam grandes aeroportos. O ADS-B vai complementar a vigilância por radares existente no país, propiciando a cobertura e identificação de aeronaves a uma distância e altitude que os sistemas convencionais de radares podem não abranger, bem como transmitindo informações entre a aeronave e o órgão de controle com uma frequência de atualização muito maior.
Em termos operacionais, a FAB pretende ampliar a Centro de Provas Brigadeiro Velloso, localizado numa área de 22 mil km2 na Serra do Cachimbo, no estado do Pará.
O Centro já é utilizado para o treinamento e emprego de material bélico da FAB, mas o programa denominado Estande Operacional visa ampliar essas capacidades incluindo a instalação de sensores para melhorar o realismo do adestramento das tripulações, com uso de sistemas eletromagnéticos.
Desde 2019, o Brasil está trabalhando para explorar, de forma comercial, o Centro de Lançamento de Alcântara, que fica estrategicamente localizado próximo a linha do Equador, no estado do Maranhão. Além da boa meteorologia em grande parte do ano, com uma pista de pousos e decolagens de 2,6km de extensão, os foguetes são lançados em direção ao mar com possibilidade de abertura de mais de 100º de azimute, requerendo até 30% menos combustível em cada operação.
Os passos para a sua utilização comercial incluíram o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, assinado entre o Brasil e os EUA, que tratou do uso comercial do futuro Centro Espacial de Alcântara (CEA) com governo ou empresas privadas e buscar a maior convergência possível de interesses entre os países. Vale lembrar que, em 2017, esse mercado faturou US$ 3 bilhões nos EUA. Hoje, esse segmento é estimado em US$ 340 bilhões em termos mundiais. Até 2045, deve crescer para US$ 2,7 trilhões. Para os próximos dois anos são esperados em torno de 600 lançamentos em todo o mundo.
No CEA serão oferecidos serviços de suporte logístico, integração e testes finais de carga útil; lançamento de objetos espaciais; previsão meteorológica; coleta de dados via telemetria; rastreio; sistema de comando e controle e demais tecnologias em atendimento à exploração espacial. Hoje o local conta com uma base de lançamento, mas pode receber outras cinco havendo demanda.
O projeto prevê a melhoria na infraestrutura aeroportuária, viária, portuária e de acomodação e hospedagem.
Tecnologia AeroespacialNesta categoria estão os três últimos dos 18 projetos estratégicos da FAB.
Em termos espaciais, o PROPHIPER consiste nos constantes avanços, estudos e desenvolvimentos da FAB no campo de um demonstrador tecnológico de uma aeronave com propulsão hipersônica.
O protótipo da aeronave não-tripulada e hipersônica 14-X, em referência ao 14-bis de Alberto Santos-Dumont, possui um motor scramjet que é integrado à fuselagem. O Brasil é um dos poucos países que hoje percorrem os caminhos para dominar, no futuro, essa tecnologia que é considerada importante na colocação de satélites em órbita ou em voos suborbitais. O objetivo é que a aeronave atinja 12 mil km/h e 40km de altitude.
A FAB também tem sob a sua responsabilidade outros dois programas que terão uso conjunto nas Forças Armadas Brasileiras. O primeiro deles é o IFF Modo 4, incluindo o transponder a ser embarcado na aeronave. O sistema é fundamental nas operações em ambientes com elevada densidade de tráfego aéreo, aumentando a consciência situacional e evitando o fratricídio. Os trabalhos são coordenados pelo IAE, que se tornou a primeira instituição pública brasileira a desenvolver um equipamento aviônico.
Já o Link-BR2 é o datalink de desenvolvimento nacional e que será, no futuro, integrado em todas as plataformas aéreas, terrestres e navais, permitindo o compartilhamento de informações de radares, troca de mensagens, vídeos além de outras aplicações táticas, como o conhecimento do posicionamento e localização de cada força amiga disposta num mesmo ambiente operacional.