Na FAP a missão principal do A-29 seria sempre a formação avançada de pilotos.
Todas as outras seriam secundarias.
Armed ISR ou Armed Overwatch é algo moderno e cada vez mais procurado, sobretudo para um país que se focou tanto na BrigRR nos últimos anos.
Se isso fosse verdade, a escolha óbvia seria o PC-21, até porque é o que a maioria usa. Para COIN e missões equivalentes seguia-se o rumo dos helicópteros, que mais uma vez é o que os aliados fazem. Em alternativa, ainda se podia complementar os helicópteros com um par de AC-295, sendo que estes ainda podiam desempenhar grande parte das missões de transporte que os C-295 "normais" já fazem.
O país focou-se tanto na BRR porque nos últimos 20 anos o foco foi na guerra contra o terrorismo. Seguindo essa lógica, em vez de artilharia AP ou baterias AA, deviam-se comprar dezenas ou centenas de MRAPs, já que o foco é a BRR. A realidade mudou, isto é um facto, e se o ST faz sentido para África, não faz sentido para as frentes que mais respeito nos dizem, a Europa e sobretudo o Atlântico. E quando a segurança do Atlântico é dada como a principal prioridade e função nas nossas FA, não faz sentido divergir desta ideia.
Em qualquer dos casos, a necessidade do ST dedicado a COIN para nós, não me parece existir, ficando nós a ganhar mais com o par helicóptero/UCAV.
Então precisa é de um trio helicóptero/UCAV/PC-21...
Em qualquer dos casos precisavas de um trio, mesmo com o ST. Até porque desses três, o ST só substitui o PC-21, continuando a fazer falta helicópteros médios que possam ser armados, e UCAVs que são o presente e o futuro da guerra, tanto convencional como não convencional.
Sem ser o negócio dos 12 Super Tucanos por 40 milhões (que cheira a esturro dado que ninguém os quis ainda), fica-te mais barato comprar uma dezena ou dúzia de PC-21 mais uma dúzia de UH-60 bem equipados.
Depois ainda levanto a questão, compramos 12, quantos são para COIN, quantos para treino? Quantos enviados para as missões? Quantos pilotos treinados para esta função específica nesta aeronave? Numa FAP com falta de pilotos, faz mesmo sentido arranjar meia dúzia deles para operar uma aeronave específica numa missão específica? Não faziam mais falta para reforçar as esquadras de F-16?
Eu até entendo as vantagens dos helis já ditas aqui no Forum, principalmente a capacidade de poder operar de navios.
Mas eu dificilmente vejo uma guerra convencional de grande intensidade que Portugal participe, e mesmo nas operações de baixa intensidade em África não vejo o governo autorizar esse tipo de meios para África, são demasiado "agressivos", e correm o risco de má publicidade contra o governo, sindrome colonialista, vejo mais facilmente helis Black Hawk que possam ser armados, sim.
Helis dedicados Apache/Cobra correm o serio risco de nunca serem usados em nada excepto treinos.
Não sabemos o dia de amanhã, sabemos apenas que uma aeronave tipo Super Tucano poderá ter que ficar ao serviço da FAP durante pelo menos 20/30 anos, e aí muita coisa pode mudar. O que também sabemos é que, fora do espectro das missões de baixa intensidade, o ST não serve. Com base nisto, faz sentido meter todas as fichas nos ST? Não me parece.
A mim o que me parece é que, com ou sem guerra à vista, os meios a adquirir devem ter uso idealmente para as três frentes que temos (Atlântico, Europa, África). Adquirir meios que apenas se dão bem no TO africano, e que não contribuem em nada para o resto (excepto treino), é que não me parece fazer sentido.
Agora claro que a minha opinião, e se calhar a de muita gente, é capaz de mudar ligeiramente, se a compra dos ST fosse paralela (e não em detrimento) à compra de um maior número de "helicópteros de evacuação" (o que duvido). Isto, e com a garantia que não se ia reduzir a formação de pilotos de combate de F-16/futuro caça, para os ter para os ST.