*Metade das fotos que coloquei na resposta anterior não funcionam*
O que é que um navio com estas características tem a haver com um outro que será operado por pessoas e que tem a capacidade de operar todo o tipo de drones? Tu podes agarrar num drone e detectar um mina marítima, ou lançar um outro drone e fazer reconhecimento aéreo, marítimo ou subaquático, podes transportar todo o tipo de lanchas, enfim, pouco tem haver com navios que limitam-se a fazer reconhecimentos armados com misseis.
Vocês é que estão a falar em capacidade de combate assente em drones... a partir de um navio civil. E quando querem falar de guerras de drones (onde mencionam o afundamento de um navio de guerra com recurso a um pequeno barco não tripulado),
no tópico do PNM, e usando o nosso PNM como exemplo, estão portanto a dizer que este nosso navio será usado para combater ameaças.
O PNM é civil, é lento, nada discreto e tem zero capacidade de defesa. Militarmente só pode ser usado em cenários de baixa e muito-baixa intensidade, fora isso, apenas como navio de testes e missões civis.
Convém não olhar para este navio, como o navio milagreiro, só porque pode lançar drones. De notar que um simples NPO já o pode fazer, e cada vez mais se fazem navios de guerra de várias categorias com capacidade para isso.
E é algo que faz sentido, da mesma forma que os F35 vão ter no futuro os seus "Loyal wingman", as Fragatas poderiam ter os seus "Loyal wingman" de forma a aumentar o poder de fogo, capacidade para patrulhar uma vasta área, expandir a capacidade de detectação dos inimigos graças aos sensores dos navios não tripulados e tudo isso sem que o estado vá à falência, já que estes navios são bem mais baratos que uma Fragata ou Contratorpedeiro.
Obviamente que o D. João II e navios semelhantes pouco têm de semelhante a isso, já que funcionam acima de tudo como porta drones de todos os tipos e não como navios não tripulados.
Eu sei que nem podemos comparar o D. João II a estes navios, é só para perceberem que estamos a falar de navios completamente diferentes.
Essa capacidade já é falada por outros países, como a Holanda. O conceito para estes países nada tem a ver com o nosso PNM (tópico onde isto está a ser discutido), e a ideia deles de uma frota não-tripulada tem contornos muito diferentes da nossa, já que para nós é tudo minimalista e de preferência desarmado, barato e pequenino, para eles é navios pouco maiores que os Tejo capazes de lançar Tomahawks (e muito mais) para complementar fragatas muito mais modernas que as nossas.
Os Trific, dos quais tinha postado fotos mas não funcionavam.
https://www.navalnews.com/event-news/cne-2023/2023/06/rnln-trific-low-manned-platform-to-augment-frigate/É uma ideia que faz todo o sentido, mas tenho zero confiança de que seja feito em Portugal. Se a nossa expectativa aqui seria ter 4 ou 5 fragatas complementadas por 8-10 embarcações daquelas, a realidade provavelmente seria reduzir o número de fragatas para apenas 2, complementadas por 3 ou 4 navios não tripulados... com a agravante que os módulos contentorizados seriam adquiridos num número muito baixo, eliminando por completo a ideia da "letalidade distribuída".
A falta de escoltas é real. Mas o DC respondeu a esse problema no mesmo post.
A ideia do GeM é não seguir por fragatas imensamente caras com demasiado armamento concentrado numa célula. Pode-se concordar ou não.
Um concordo com a Marinha americana e holandesa e acho que se deve optar antes por uma distribuição de armamento em várias células distintas e se possível não tripuladas. Assim sendo serão precisos por exemplo 5 mísseis anti-navio para afundar a capacidade de armamento instalada em vez de apenas um míssil.
Exemplo:
Fragata com 128 cannisters com 4 ESSM2 cada. São 512 mísseis.
Em caso de um impacto de um míssil anti-navio perde-se todo o armamento restante.
E outra coisa, quanto tempo demora a disparar 512 mísseis? Já pensaram nisso? A 1,5 segs por disparo são precisos quase 13 minutos. Mesmo que o radar e o software consigam detectar os alvos há limitações físicas a assegurar
Se tiveres um navio comandante e 4 escoltas pequenas com 32 MK 41 cada. São precisos 5 mísseis anti-navio para afundar a mesma carga de armamento. E em caso de ataque quanto tempo demoravam estes quatro escoltas a disparar os mesmos 512 mísseis? Sem haver constrangimentos de software nem de capacidade do radar e do computador um bocadinho acima de 3 minutos.
Sim, a ideia é ter "letalidade distribuída". Mas para isso é preciso tomar as medidas necessárias, e, por exemplo, não fazer a tuguice do costume de adquirir 20 mísseis de cada. Também vai ser necessário perceber quantos navios navios tripulados (fragatas) haveria nesse conceito e quantos navios não tripulados armados. Os navios não tripulados também terão que ter capacidade oceânica, para conseguir acompanhar as fragatas em alto mar, vão ter que atingir uma determinada velocidade, diria no mínimo 24 nós.
As próprias fragatas não podem ser um chaço qualquer, já que a utilização dos navios não tripulados, vai em grande parte depender dos seus sensores.