Eu acho que quando se fala em insustentável é para os padrões Ocidentais/Europeus.
Eu também acho que é isso, o problema é que termos como colapso do rublo ou colapso da economia russa, são vistos até à exaustão em videos por exemplo no Youtube e mesmo de fontes que eu tenho como relativamente crediveis.
Falo aqui de um blog conhecido como JoeBlogs, que é produzido por um economista. Do ponto de vista técnico eu tenho as análises por boas, mas quando o homem começa a falar de colapso, eu sinceramente acho que ele não entende o significado da palavra.
Colapso, foi o que aconteceu na Síria. Colapso foi o que aconteceu por exemplo em Portugal, com o regime do Estado Novo, que caiu com um golpe, de um momento para o outro.
Já aqui ao lado na Espanha, nao ocorreu colapso nenhum, ainda que os dois regimes tenham acabado mais ou menos ao mesmo tempo.
A moeda russa não entrou em colapso e o banco central russo tem utilizado mil e um subterfugios para evitar uma queda dramática, mas inevitavelmente essa queda acontecerá.
Quando acontecer e quando o Putin não tiver dinheiro para pagar, ele pura e simplesmente dá ordem ao Banco Central para começar a emitir moeda.
As importações serão afetadas, os produtos vão inevitavelmente subir de preço e só vão ser comprados enquanto os subsidios por morte não forem gastos.
Mas a economia pode continuar a existir, numa forma básica, durante anos.
Outro erro tipicamente americano, é achar que os oligarcas russos podem pressionar o Putin.
Ao contrário de outros regimes, em que os oligarcas controlam direta ou indiretamente o poder, na Russia os oligarcas foram criados pelo regime.
Eles não controlam o regime, são controlados por ele e sempre que um oligarca diz qualquer coisa mais desagradável, normalmente cai de um 11º andar, ou é acometido de uma doeça grave e fulminante.
Por isso, desde há dois anos que chamo a atenção para o serviço que protege o Putin.
Enquanto esse serviço e o regimento de elite que protege o Putin continuarem com as mesmas pessoas no topo, isso implica que o Putin continua a ter confiança neles.
De resto, os russos podem continuar a enviar homens para a morte a um nível muito elevado.
Até que ponto os russos aguentam, não sabemos.
Uma análise sobre esta situação referida no The Telegraph na passada semana afirmava que os russos começaram por fazer ataques frontais em grupos de uma dezena de homens (uma secção) depois passaram para metade (o que nós chamamos uma esquadra) e agora enviam grupos ainda mais pequenos, para gastarem as munições dos ucranianos.
Existe cansaço dos dois lados, mas do lado ucraniano o cansaço resulta da falta de prespectivas. Do lado russo continua-se a lutar, a pensar no dinheiro e na indemnização por morte que a familia vai receber...