Só se fossem parvos...
Numa realidade em que qualquer projeto digno desse nome é normalmente minado pelos próprios europeus, ao menos eles avançaram, e bem, a solo.
As influências externas são demasiado fáceis no quotidiano europeu.
Dos "grandes" países da Europa, os franceses provavelmente foram os que melhor protegeram os seus interesses até há pouco tempo.
O irem na onda criou-lhes problemas rapidamente e estão certamente focados em tentar (ainda) emendar a mão.
Isso é a conversa do costume.
Os franceses fazem muita coisa sozinhos, por uma questão de ego e egoísmo. São uma das razões para muitas vezes não haver sintonia na Europa, em termos de projectos militares e não só. A prioridade sempre foi vender os seus produtos aos outros países, não partilhar o desenvolvimento e produção desse tipo de produtos com o resto da Europa. Pode ser considerado o país mais anti-UE de toda a Europa, precisamente por causa deste egoísmo.
No que dependesse deles, na Europa só havia Rafales, FREMMs, Scorpenes, etc. Mais nenhum país produzia nada para a Defesa. É claro que os outros países não são estúpidos, e quem pode produzir o seu próprio material, produz, quem não pode, varia a origem do material que compra, e muitas vezes procuram o melhor produto possível (F-35) ao invés de comprar um produto inferior só para dizer que é fabricado no mesmo continente.
O que também é preciso compreender, é que um "Exército Europeu" é impossível de existir. Nos EUA as coisas funcionam, porque independentemente do estado de origem de cada cidadão, todos obedecem à mesma bandeira. Na Europa isso não acontece, cada cidadão é patriota pelo seu país, não pela UE. Tentar replicar na UE o que acontece nos EUA é perda de tempo. É preciso é colocar de lado esta fantasia impossível de um Exército Europeu, e olhar para soluções viáveis que permitam maior comunalidade e melhor integração de meios e doutrinas, aliada a uma maior capacidade de tomada de decisão conjunta no que respeita a temas como a Defesa e não só.
Também temos de abandonar rapidamente esta conversa de hostilizar os EUA. Sabemos que o Trump é estúpido, e o quão absurda é a ideia de impor taxas às importações de produtos provenientes de países aliados. Mas também sabemos que é estúpido andar a comprar uma guerra económica com mais uma potência, sabendo que precisamos urgentemente de começar a cortar a dependência económica da China. Seria do interesse de ambos os blocos (UE e EUA, e também outros países alinhados com o Ocidente) manter o diálogo aberto e evitar problemas desnecessários à pala de egoísmo de parte a parte.
Eu continuo com a opinião que, EUA e UE não podem ser blocos rivais, têm que fazer parte do mesmo bloco, e convidar outras médias e grandes economias a fazer parte dele. Se não for assim, ambos os blocos vão ser ultrapassados pelo BRICS, e depois não há nada a fazer.
Mas isto já é bastante off-topic. Que venham 12 F-35A em meados de 2030, e que a curto prazo façam o upgrade V para os F-16 PA I.