O avião planeado a ficar em serviço até 2088 vai ficar obsoleto quando chegar a Portugal
E só em Portugal é sabemos isto, os 20 que o compraram coitados, não têm noção
Os outros que o compraram, não são coitados e têm perfeitamente a noção,
por isso é que compraram o avião há mais de dez anos. A Dinamarca entrou no programa em 2002, há mais de vinte anos atrásOs F-35 estão já operacionais em vários países da Europa.
Os italianos que até compraram a versão de descolagem vertical já estão a fazer testes com F-35B dos fuzileiros americanos.
Não comparemos alhos com bugalhos.
Evidentemente que todas as aeronaves quando são compradas, estão medianamente obsoletas quando entram ao serviço. O normal em alguns países, é chegarem ao serviço operacional e logo que uma unidade completa é declarada operacional, os modelos mais antigos já são enviados para modernizações.
Portugal nunca comprou aeronaves de última geração saídas de fábrica. Os únicos aviões comprados novos no último meio século foram os primeiros F-16A. De resto, dos FIAT alemães, chegados depois do 25 de Abril aos A7 Corsair eram aeronaves usadas, e bastante.
Mesmo anteriormente não foi diferente, desde os Gloster Gladiator aos Hurricane e aos Spitfire. A excepção seriam os F-86F
A única real excepção seria a compra dos Mirage, contratada poucos tempo antes do 25 de Abril e que nunca se concretizou.
A Força Aérea Portuguesa, nunca entrou em combate pelo controlo dos ares. Nunca abateu um avião inimigo e os que perdeu, foram resultado de fogo terrestre, quando Portugal detinha o controlo dos ares. Esta é a realidade da FAP, desde que inventaram o avião.
Que me desculpem os que defendem a posição da força aérea, mas tal posição e importância perante outros ramos, não é nem pode ser igual.
ObsolescênciaMas há outro problema, que decorre de comprar uma aeronave, que não sabemos sequer se poderemos utilizar...
Em todos os grandes conflitos mundiais, houve ilações, houve lições e conclusões.
No conflito da Ucrania, estamos a ver o desaparecimento dos tanques ou de formações compactas de tanques, estamos a ver novas realidades no campo de batalha.
Estamos a ver um país sem navios a colocar fora de acção uma marinha de guerra de primeiro nível.
Estamos a ver a guerra no ar a ser disputada por mísseis, misseis anti-míssil, drones e misseis e sistemas anti-drone.
Muitas das conclusões que ainda estão a ser estudadas e muitas das análises que estão a ser feitas, consideram a possibilidade de o papel das aeronaves de asa fixa ser revisto. O papel das aeronaves de asa rotativa, que é algo que por aqui pouco temos falado, então está a ser completamente repensado.
Logo, quando eu falo de obsolescência estou também a pesar estes fatores. Todas as guerras tornaram certo tipo de armas obsoletas.
E isto tem que ser considerado e visto com olhos de ver. O dinheiro em causa é muito e os beneficios, quando comparamos com outros sistemas igualmente necessários, pouco relevantes.
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