Uma boa ideia para os ST;
https://www.twz.com/air/f-16s-have-been-using-laser-guided-rockets-to-shoot-down-houthi-drones
Verdade. É talvez uma das armas mais úteis para a plataforma em questão.
Só é preciso que o MDN abra os cordões à bolsa...
Para quê? Se obtivéssemos os ditos foguetes, a prioridade seria incorporá-los nos meios aéreos que são verdadeiramente úteis para os diversos teatros. Estes meios são:
- F-16 - aeronave que já possui QRA dedicado, e tem como missão interceptar todas as ameaças aéreas
- UH-60/substituto do Lynx - capacidade C-UAS em meios VTOL
- P-3 caso os pudesse receber - capacidade C-UAS em ambiente marítimo longe da costa (onde o longo alcance e endurance do P-3 seria uma vantagem)
- um futuro UCAV, caso viesse a existir na FAP
Para incorporar nos ST:
-era preciso comprar quantidades suplementares;
-era preciso treinar os pilotos para usar este tipo de arma de propósito para cenários de nicho, desperdiçando-se tempo, dinheiro e talento para usar uma aeronave que não se adequa aos teatros modernos;
-era preciso um AWACS, porque o ST sem radar, vai andar às aranhas para encontrar drones a baixa altitude;
-corríamos o risco do lobby Embraer ser demasiado forte, e mais nenhuma aeronave da FAP receber esta capacidade;
-corria-se o risco de começar a olhar para o ST como uma aeronave de combate de primeira linha, colocando pilotos em risco desnecessariamente.
Eu sou Engenheiro Mecânico. Trabalho há bastantes anos em empresas da Indústria Automóvel. Já desempenhei funções de Programme Manager e de Engenharia de Qualidade.
Tenho idade para me lembrar de a Autoeuropa ser implantada. E lembro-me que após a implantação seguiu-se um período de as primeiras empresas portuguesas serem certificadas como fornecedoras.
A Autoeuropa começou como uma joint-venture entre a VW e a Ford. E, às empresas interessadas em serem fornecedoras, foi exigida a cerificação segundo a Norma Q1 da Ford.
Quando as primeiras empresas foram certificadas, a notícia saia em jornais e na TV. E assim começou-se a criar o Cluster Automóvel previsto e recomendado pelo Michael Porter.
Já temos em Portugal empresas certificadas segundo as normas para fornecedores da Indústria Aeronáutica. Trata-se das normas AS9100 que, tal como as IATF16949 da Indústria Automóvel, assentam na norma mais geral ISO9001.
A empresa que vai construir o LUS-222 terá que se certificar segundo a AS9100 e depois terá que certificar o seu primeiro avião segundo a EASA CS-23. Após o desenho do avião, será outro trabalho ENORME.
Se tudo correr bem, a empresa produtora do LUS-222 será a nossa Auto-Europa da Indústria de Aviação, permitindo que outras empresas se decidam por concorrer em mercados e no desenvolvimento de produtos em que, até aqui, não se aventuravam.
Alguns comentários ao poema do nosso colega dc;
- O projeto do ST será levado a cabo por empresas portuguesas, que estão nas condições que eu descrevo em cima (de que o DC não percebe nada). Os equipamentos desenvolvidos e o processo de “System Integration” vão gerar experiência que pode ser usada nas versões seguintes do LUS-222. É o Cluster a desenvolver-se. Com o KC é a mesma coisa.
- O LUS-222 foi desenvolvido com fundos do PRR. Qualquer patriota deverá desejar que o projeto tenha êxito, especialmente quando se fala de um futuro PRR de Defesa. Fundos são mais depressa atribuídos a países e empresas que demonstram ser de confiança na sua boa utilização. O que o dc diz de corrupção e negociatas é treta de quem vive no passado de Portugal. Negócios fazem girar o mundo.
- O esforço de certificação que eu descrevo dá tanto trabalho que a ideia do dc de que o projeto só deveria avançar se fossem construídos cá (e certificados um-a-um!!!!) todos os componentes do avião só pode vir de quem não percebe nada desta merd@.
A AutoEuropa, nada tem a ver com o caso do LUS 222. Se é para comparar os 2 "negócios", então pode-se comparar com tudo e mais alguma coisa, desde uma padaria a um café. A indústria automóvel nada tem a ver com a aeronáutica. A AutoEuropa envolveu 2 gigantes do sector, não uma pequena entidade portuguesa e uma empresa Br de expressão reduzida. A AutoEuropa produz carros para o mundo inteiro, o LUS ainda não tem um único cliente, e nem sequer efectuou o seu primeiro voo.
Foste Programme Manager e isto e aquilo, e não consegues distinguir entre os dois casos? Estranho. Bom, não é assim muito estranho, pois tu estás aqui só para ser do contra e para ser hipócrita:
-"o CEMFA não manda nada, ele tem que se sujeitar ao que o Governo quiser" / "se o CEMA diz, então tem de acontecer assim"
-"o substituto do F-16 tem que ter participação nacional, dê por onde der" / "2 AORs feitos na Turquia é excelente negócio"
-" ah e tal ser patriota é querer o melhor para a nação" / "excepto se isso implicar escolher meios militares adequados às necessidades do país, e que permitam ao país estar melhor defendido perante potenciais ameaças. Aí temos de escolher produtos de uma determinada empresa estrangeira"
Quanto ao "potencial" da indústria aeronáutica nacional, nem dá para comparar com a AutoEuropa. São sectores completamente diferentes, com mercados muito diferentes. A nossa indústria aeronáutica está dependente de decisões e parcerias inteligentes, e no desenvolvimento de meios que façam sentido em termos de mercado.
O LUS será o primeiro avião "quase-português" de sempre. Difícil é conseguir depois manter uma empresa aeronáutica competitiva no mercado, e conseguir desenvolver produtos que tenham mercado. O LUS 222 neste momento tem de fazer o primeiro voo, tem de corresponder às expectativas, e terá depois que vencer concursos para vender.
Achar que "está ganho", é estúpido e imprudente. Achar que depois do LUS vamos ter uma super empresa aeronáutica nacional ao nível das existentes nos outros países, é só delusional.
Com sorte teremos empresas a trabalhar em conjunto com outras dentro da UE, a participar em programas com alguma expressão.
Quanto ao envolvimento português no ST, bem, até agora nada de concreto foi apresentado. Desenvolver "coisas" e integrar "cenas" vale zero na prática. Principalmente quando será feito para uma dúzia de aeronaves, e o pessoal que fizer este trabalho depois vai emigrar para outro país da Europa.
Existem vários outros negócios onde se poderia fazer integração de equipamentos em meios (aéreos, terrestres e navais), sem que se cometesse o erro absurdo de comprar avionetas COIN. Uma modernização aos F-16 seria 20 vezes mais relevante, do que qualquer fantochada em torno do ST. Vais dizer o quê? "Ah mas coiso, o ST é que é"? Ah, tu deves mesmo acreditar que vai ser instalada muita coisa portuguesa nos ST... e que não será comprado off-the-shelf, com a montagem final em Portugal. Ou deixa-me adivinhar, as ditas empresas estão a começar agora, e ao fim de 1 ano já estarão prontinhas para instalar toda a sua tecnologia 100% nacional nas avionetas.

Mas cá estaremos à espera para ver que tecnologia portuguesa será integrada no ST. É que até hoje, nadinha foi apresentado. Deve ser segredo.