« Responder #16 em: Julho 16, 2004, 11:13:19 am »
DN
GNR pede dados aos militares italianos
MANUEL CARLOS FREIRE
Portugal já solicitou às autoridades militares italianas, através do comando da GNR em Nassíria, Iraque, informações sobre o estudo clínico que Roma vai efectuar a partir de Agosto e durante 18 meses ao milhar de soldados transalpinos ali estacionados, para detectar possíveis efeitos provocados pelo urânio empobrecido usado pelas forças aliadas nos bombardeamentos contra as infra-estruturas iraquianas.
«Pedimos aos italianos, através do nosso oficial de ligação [em Nassíria], para saber porque é que estão com essa preocupação, já que os outros países [nomeadamente os Estados Unidos e o Reino Unido] não o fizeram», disse ao DN fonte oficial da GNR.
O tenente-coronel Costa Cabral adiantou que os dados a obter serão canalizados para os serviços de saúde da Guarda, que até agora têm feito exames médicos (como análises de sangue e urina) aos militares que regressaram do Iraque.
Não é ainda o caso dos elementos do segundo contigente do Subagrupamento Alfa, que chegaram às 05.50 de ontem a Lisboa. Costa Cabral disse ao DN desconhecer se os referidos exames que têm sido feitos são de rotina ou visam detectar algum efeito decorrente do uso do urânio empobrecido (face ao que foi feito com os militares que estiveram no Kosovo).
CHEGADA. A receber os 77 militares que ontem regressaram do Iraque, o Comandante-Geral da GNR, general Mourato Nunes, disse que o trabalho desenvolvido no território tem sido muito importante para a população iraquiana.
Contudo, o general não quis adiantar se é favorável à manutenção da GNR para além de Novembro (data-limite que agora está definida para esse efeito), referindo que caberá ao novo Governo tomar a decisão política e à Guarda cumprir.
Apesar das dúvidas, a GNR está já a treinar um quarto contingente, na medida em que tem de haver sempre um grupo a preparar-se para substituir o que está empenhado no teatro de operações.
Na segunda-feira partiram para o Iraque outros 77 militares da GNR, parte do terceiro contingente do Subagrupamento Alfa que ficará completo e operacional no território em meados de Agosto.
Quanto ao contigente que ontem chegou a Lisboa, após uma missão de quatro meses no Iraque, o seu comandante defendeu que as «forças da coligação não podem voltar as costas ao povo iraquiano».
Falando à chegada ao aeroporto militar de Figo Maduro, o capitão Paulo Silvério salientou à Agência Lusa a importância que a missão portuguesa teve no apoio humanitário e na segurança da população iraquiana.
O militar fez também um balanço positivo da presença da Guarda em Nassíria, tanto no cumprimento das operações no terreno como na integração com as outras forças militares aliadas.