CPLP

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legionario

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Re: CPLP
« Responder #210 em: Março 20, 2014, 06:37:16 pm »
A Commonwealth, a Organisation Internationale de la Francophonie e até a modesta CPLP são espaços de influencia que reunem paises ou territorios que faziam parte dos antigos impérios coloniais. A relaçao entre os paises, ja nao é evidentemente a mesma : colonizador/colonizado. Todos os membros duma mesma organizaçao sao regidos pelos mesmos nobres principios. Mas os objectivos sao os mesmos : business, affaires, negocios  !!

As duas primeiras organizações procuram alargar a sua influencia "au délà"  das comunidades linguisticas , o que até nem sou contra. O que nao entendo é porque razao a CPLP  nao quer acolher a Guiné-Equatorial sendo que esta ja fez parte do espaço português, apesar de atualmente quase ninguem falar ou perceber o português. Este ultimo facto nao me choca pois aqueles que ja viajaram por paises africanos ditos "francophones" sabem que as populaçoes fora dos grandes centros urbanos tambem pouco ou nada pescam do francês.

A Guiné-Equatorial nao seria para a CPLP um peso que teriamos que arrastar e subsidiar pois é um pais que tem algo para dar em troca , é um pais que tem dinheiro para gastar e que tem enormes lacunas em termos de infraestruturas. Os paises da CPLP, incluindo e sobretudo Portugal, podem ganhar muito dinheiro nessa area.

Por outro lado, penso que nao é excluindo que se resolvem os problemas da Guiné-Equatorial no que diz respeito ao seu déficit em democracia e no campo dos direitos do homem, bem pelo contrario.
 

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Snowmeow

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Re: CPLP
« Responder #211 em: Abril 18, 2014, 05:04:58 pm »
Citação de: "legionario"
Critica-se a Guiné-Equatorial por não usar o português ? então que corram com o Cavaco Silva e com o Passos Coelho que sao os unicos estadistas da UE que não utilisam a sua lingua natal quando discursam no estrangeiro.
Na verdade, o dialeto falado na(s) ilha(s) Annobon, o Annobonense, é, segundo alguns, considerado dialeto português, e o ensino do português (dizem) está crescendo na Guiné Equatorial.
"Não corte uma árvore no Inverno; pois sentirás falta dela no Verão." Jairo Navarro Dias
 

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Lusitano89

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Re: CPLP
« Responder #212 em: Maio 07, 2014, 03:50:37 pm »
Mais um passo na entrada da Guiné Equatorial


A Guiné Equatorial vai aderir à Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP) através de duas Câmaras. É mais um passo para a entrada deste país na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. “Esta é uma grande notícia e um grande passo na História da nossa Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que vai permitir alcançar maiores objectivos comuns a todos os empresários”, disse Salimo Abdula, presidente da CE-CPLP, em comunicado.

A representar a Guiné Equatorial estarão as Câmaras Oficiais de Comércio, Agrícola e Florestal de Bioko e Rio Muni, tornando-se assim o nono país a estar na CE-CPLP, depois de Angola, Brasil, Cabo Verde, Portugal, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A aprovação formal desta adesão decorrerá a 4 de Junho, na reunião da direcção da CE-CPLP, em Lisboa.

Em comunicado, o Secretariado Geral da CE-CPLP lembra que está “pendente” o pedido de adesão da Guiné Equatorial à CPLP e que deverá ser aprovado em Julho. A entrada deste país tem gerado polémica com muitos activistas dos direitos humanos a criticarem o regime de Teodoro Obiang.

Ainda no início desta semana, o Secretário-Geral da Amnistia Internacional, Salil Shett, esteve em Lisboa e acusou Portugal de manter um “silêncio ensurdecedor” sobre a situação dos direitos humanos em países como a Guiné Equatorial ou Angola.

Vários são os políticos portugueses que já se manifestaram contra a adesão da Guiné Equatorial à CPLP, como os socialistas Manuel Alegre, Ferro Rodrigues e João Soares e o coordenador do BE, João Semedo. Contudo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, já afirmou que se sente “à vontade” com esta adesão. Rui Machete e os homólogos dos outros sete membros da organização propuseram, no final de Fevereiro, a adesão da Guiné Equatorial para a Cimeira de Díli, a realizar em Julho.

SOL
 

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HSMW

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Re: CPLP
« Responder #213 em: Maio 28, 2014, 07:15:39 pm »
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"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: CPLP
« Responder #214 em: Maio 29, 2014, 12:10:17 pm »
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Re: CPLP
« Responder #215 em: Maio 30, 2014, 05:13:00 pm »
CPLP estuda patrulhamento anti-pirataria no Golfo da Guiné


Os países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão a estudar a realização de operações de combate à pirataria no Golfo da Guiné, afirmou o ministro da Defesa angolano.

Em declarações à comunicação social, em Luanda, João Lourenço, que participou na reunião de ministros da Defesa da CPLP realizada esta semana em Portugal, admitiu que a formação de forças para o patrulhamento conjunto no Golfo da Guiné é uma hipótese em cima da mesa. "Para o caso da pirataria marítima já há algumas ações conjuntas concretas, nomeadamente a formação de forças para fazerem patrulhamento conjunto no Golfo da Guiné, mas é assim mesmo que se começa", disse o ministro da Defesa Nacional angolano, no regresso de Lisboa, citado pela imprensa pública.

Em fevereiro deste ano, o ministro português da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, apontou "sinais preocupantes" de pirataria no Golfo da Guiné, os quais podiam justificar a preparação de uma possível missão da União Europeia na região, em 2015. "Para Portugal é mais importante concentrar esforços de preparação, exercícios, de análise, no Golfo da Guiné porque é uma região que do ponto de vista estratégico é mais prioritária", disse na ocasião, à Lusa, o governante português.

A 15.ª reunião dos Ministros da Defesa da CPLP decorreu em Lisboa nos dias 26 e 27 de maio. A CPLP é formada por Angola, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, países distribuídos entre Europa, América, África e Ásia.

Lusa
 

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Re: CPLP
« Responder #216 em: Julho 21, 2014, 08:53:39 pm »
Maçonaria de Coimbra contra adesão da Guiné Equatorial à CPLP


A loja maçónica da Associação Fraternidade e Justiça (Coimbra), pertencente ao Grande Oriente Lusitano, manifestou-se esta segunda-feira contra a adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

«Trata-se de um país que pratica a pena de morte e mantém o desrespeito sistemático dos mais elementares direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos», disse à agência Lusa Manuel da Costa, porta-voz da organização. O antigo governante e histórico socialista das Beiras adiantou que enviou uma comunicação à direção nacional do Grande Oriente Lusitano a estranhar que não «exista um posicionamento de indignação de âmbito nacional».

«Existe um vazio de posições que nos dignifique. A nossa matriz é a defesa da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi criação de gente da nossa área, e é incompreensível que não haja uma posição contrária mais expressiva e pública», sublinhou. Segundo Manuel da Costa, «se mais não fizermos, pelo menos indignamos-nos e alertamos para o desrespeito dos direitos humanos» na Guiné Equatorial, cuja adesão à CPLP foi recomendada, em fevereiro, pelos chefes da diplomacia da organização. Para o porta-voz da Associação Fraternidade e Justiça, «em tempo de crise, os interesses económicos, fundamentalmente, levam a que as pessoas se encolham e se conformem, preferindo cada um resolver a sua vidinha e procurar oportunidades».

«Nós não estamos satisfeitos com a direção da nossa organização nacional [Grande Oriente Lusitano] e, portanto, alguém tinha de criticar e tomar posição» de indignação face à anunciada adesão da Guiné Equatorial à CPLP, frisou o maçom.

A entrada daquele país africano será formalizada na quarta-feira, em Díli, durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP.

Lusa
 

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Re: CPLP
« Responder #217 em: Julho 21, 2014, 10:33:48 pm »
Afinal parece que a entrada da Guiné Equatorial na CPLP já começa a soar melhor
 

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Re: CPLP
« Responder #218 em: Julho 23, 2014, 12:15:29 pm »
Guiné Equatorial já é membro da CPLP


A Guiné Equatorial foi hoje aceite por consenso como membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sem que tenha havido uma votação, disseram fontes das delegações de Portugal e do Brasil.

Fonte da delegação portuguesa disse aos jornalistas portugueses que "houve um consenso generalizado" favorável à entrada da Guiné Equatorial, mas também um "debate intenso", suscitado por Portugal, na sequência do qual ficou combinado que o Presidente deste novo membro da CPLP, Teodoro Obiang, deve explicar os passos já dados e previstos para cumprir as condições de adesão.

Por sua vez, fonte da delegação brasileira, questionada pela Lusa, afirmou que os Estados-membros da CPLP "decidiram incorporar" a Guiné Equatorial, não tendo havido uma votação, mas "uma formação de uma opinião geral", que envolveu um debate: "As pessoas discutem, colocam os seus problemas, as suas visões".

Esta decisão foi tomada na sessão restrita da X Cimeira da CPLP, que decorre em Díli, Timor-Leste, na qual a Guiné Equatorial não participou.

Durante esta sessão, segundo a referida fonte da delegação portuguesa, o Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, vincou os princípios fundadores desta comunidade de países - que incluem o respeito pelos direitos humanos e o uso do português como língua oficial - e invocou o roteiro estabelecido para a adesão da Guiné Equatorial.

De acordo com esta fonte, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, falou depois, reforçando o sentido da intervenção de Cavaco Silva, e é agora esperado que Teodoro Obiang exponha de que forma está a cumprir as condições de adesão e que apoio necessita da parte da CPLP para cumprir tudo o que esta comunidade espera da Guiné Equatorial.

O roteiro estabelecido pela CPLP para a adesão da Guiné Equatorial incluía o fim da pena de morte e medidas destinadas a promover o uso do português, num país onde a língua mais falada é o castelhano.

Lusa
 

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Re: CPLP
« Responder #219 em: Julho 23, 2014, 02:27:23 pm »
Ehehehe, é só de rir: «sem que tenha havido uma votação». Presumo até que isto seja mais para quando isto der para o torto não haver papelada para mostrar quem foi mesmo a favor e os políticos poderem dizer que afinal os países deles tinham sido contra.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Re: CPLP
« Responder #220 em: Julho 23, 2014, 04:02:09 pm »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: CPLP
« Responder #221 em: Julho 26, 2014, 06:48:39 pm »
Para mim este assunto está demasiado esquecido e foi dada pouca importância.
Talvez por culpa dos Ucranianos, dos Israelitas e do James Rodriguez ou um reflexo da importância da CPLP que é pouca ou nenhuma.
Uma CPLP que podia ser tanto e é tão pouco...


Citar
O tirano "satisfecho"
[/b]


Senti hoje vergonha, como português, ao ver o Presidente Cavaco Silva e o primeiro-ministro Passos Coelho na cimeira da CPLP, em Díli, que aclamou o ditador da Guiné Equatorial, ali presente na qualidade de dirigente de um novo estado-membro da organização.

Esta adesão adultera profundamente a essência da CPLP, comunidade de nações que têm por base o nosso idioma comum, um dos mais falados do mundo. Ora ninguém na Guiné Equatorial fala português -- a começar por Teodoro Obiang, que assistiu aos trabalhos com auriculares que lhe asseguravam a tradução simultânea e no final, questionado pelos jornalistas, se limitou a dizer que se sentia "satisfecho".


Como português, sinto-me envergonhado por verificar que somos os primeiros a desprezar a lusofonia -- o poderoso traço de união que nos irmana com povos espalhados por diversas partes do mundo e com os quais mantemos afinidades de séculos -- enquanto miramos, embasbacados, as virtualidades da "diplomacia económica" que fazem de qualquer facínora nosso interlocutor desde que tenha muitos barris de petróleo para exportar.

Se é a parceria económica que interessa, saibamos ao menos pensar em grande: porque não acolhemos desde já na CPLP a Índia e a China, em cujos territórios existem milhares de lusofalantes devido aos nossos vínculos históricos com Goa e Macau (para quem não saiba, a língua portuguesa mantém-se como língua oficial de Macau pelo menos até 2049)?

 

Sinto-me envergonhado, acima de tudo, por verificar que a partir de agora Portugal terá de dialogar em plano de igualdade com um dos maiores déspotas da história de África, há 35 anos no poder sem respeitar os mais elementares direitos humanos.

Ao integrar a Guiné Equatorial, a CPLP começa por violar as suas bases programáticas:  o artigo 5º, nº 1, e) dos seus estatutos estabelece com clareza que a comunidade é regida pelo "primado da Paz, da Democracia, do Estado de Direito, da Boa Governação, dos Direitos Humanos e da Justiça Social" (em iniciais maiúsculas no original).

Obiang esmaga a imprensa livre, esmaga a oposição, esmaga quem reivindica reformas no seu regime, um dos mais corruptos do planeta. Está na lista dos dez países com menor liberdade de imprensa do mundo, apresenta o quarto maior índice mundial de mortalidade infantil. E mantém em vigor a pena de morte, como têm denunciado organismos prestigiados -- a começar pela Amnistia Internacional e pelo Observatório dos Direitos Humanos. «Corrupção, pobreza e repressão continuam a ser pragas na Guiné Equatorial sob o regime de Teodoro Obiang», salienta esta última organização num relatório elaborado já este ano.

 

O tirano está "satisfecho", claro. Queria ser tratado como estadista e acabámos por fazer-lhe a vontade. Num idioma que ele nunca aprendeu e continuará a ignorar olimpicamente.

Uma vergonha, tudo isto.


 :arrow: http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/o- ... ho-6538923
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Re: CPLP
« Responder #222 em: Setembro 20, 2014, 06:53:56 pm »
CPLP vai ajudar Guiné Equatorial a "assimilar valores"





A Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) vai acompanhar a Guiné Equatorial para que este novo Estado-membro possa "rapidamente assimilar os valores" da comunidade, ao nível do português e dos direitos humanos, garantiu o secretário-executivo da organização.

A Guiné Equatorial aderiu formalmente ao bloco lusófono em Julho, na cimeira de Díli, durante a qual "houve uma recomendação de que seria importante que a CPLP apoiasse a Guiné Equatorial na sua integração, aconselhando - não é monitorizar -, fazendo uma assistência para que eles possam rapidamente assimilar aqueles aspectos fundamentais que constituem os princípios e valores", referiu o responsável, Murade Murargy, em entrevista à Lusa.

Uma recomendação feita por iniciativa de Portugal e que o secretário-executivo recusou apelidar de "exigências".

A entrada do país presidido por Teodoro Obiang desde 1979 havia sido condicionada nos últimos anos ao cumprimento de um roteiro que incluía a abolição da pena de morte e a adopção do português como língua oficial - o espanhol é a língua mais falada.  

Murade Murargy salientou alguns avanços já anunciados pelo regime de Obiang, nomeadamente a legalização dos partidos e a realização de um diálogo com todas as forças políticas.

Na cimeira, foi realçada a ideia de que a Guiné Equatorial "é membro" da CPLP, mas "não está totalmente integrada", disse.

O secretário-executivo exemplificou com a questão da língua: "Nem todos falam português. Estamos todos em integração. Em Angola, Moçambique, o analfabetismo é enorme. Em Timor-Leste ainda é mais gritante".

O português - que "é de todos e não só de Portugal" - é a "pedra angular" da comunidade.

"Os estatutos falam nisso: todos os países que adoptarem a língua portuguesa podem integrar-se na CPLP", referiu.

Na abertura da cimeira de Díli, o Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang, foi chamado para o palco, onde já se encontravam os chefes de Estado dos restantes países da CPLP. Questionado sobre se houve uma falha protocolar, Murargy negou.

"O país anfitrião tem toda a liberdade de convidar e colocar um chefe de Estado onde entender. Não vejo nenhum inconveniente ele [Obiang] estar ali sentado. Se viesse outro chefe de Estado, teria acontecido o mesmo. Protocolarmente, é uma questão de cortesia do Estado anfitrião", considerou.

Já sobre o facto de, naquele momento, a Guiné Equatorial ter sido anunciada como "novo membro" da comunidade, ainda antes da reunião em que os oito chefes de Estado e de Governo iriam aprovar a entrada do nono membro, o secretário-executivo disse ter-se tratado de uma "'gaffezinha' do protocolo", que classificou de "lamentável".

Lusa
 

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Re: CPLP
« Responder #223 em: Abril 17, 2015, 09:43:17 pm »
A Lusofonia
Citação de: "Miguel Tamen"
Existe mesmo uma relação especial entre as pessoas que falam português, só porque falam português?

A palavra ‘lusofonia’ é um substantivo abstracto que pretende designar a qualidade de falar português. É possível que haja uma qualidade de falar português, no sentido trivial do termo; mas é tão trivial como a qualidade de falar finlandês ou swahili.  Ora a palavra ‘lusofonia’ é usada na acepção de que falar português não é trivial; está ligada à ideia de que as pessoas que falam português são especiais.

Em que sentido e em relação a quem serão os falantes de português especiais? A maioria das pessoas que usa o termo ‘lusofonia’ possivelmente não achará que os falantes do português pertençam a uma espécie biológica diferente da dos falantes de swahili ou finlandês; e têm razão. Mas acham que são especiais, e sobretudo que entre todos os falantes do português existe uma relação especial, que se deve ao facto de todos falarem português.

Esta teoria não se percebe bem. É parecida com a teoria de que todos os ruivos ou todos os coxos estão unidos por uma relação especial; e que os ruivos devem lealdade aos ruivos, e os coxos aos coxos. A analogia não é injustificada: tal como ser-se ruivo, ou ser-se coxo, falar português é uma condição infrequente que não tem a ver com os méritos de quem a satisfaz. Fala-se português por casualidade. Ora o que pode ser uma relação especial entre pessoas que devem ao acaso estar nessa relação?

Falar uma mesma língua, além de não ser mérito de quem a fala, pode ser feito de muitas maneiras: muitos falantes de português só dizem disparates; outros mentem; uma minoria substancial escreve romances autobiográficos. É o meu dever de lusofonia aplicável aos meus colegas de língua que só dizem disparates? É a minha solidariedade de ruivo extensível aos ruivos que batem na família? Tal como não sinto qualquer afinidade com os meus colegas ruivos que batem na família, assim não me parece justificado sentir um dever especial para com os autores de disparates em português.

A conclusão tem uma aplicação evidente no campo das relações internacionais: sob o conceito de lusofonia disfarçam-se algumas das companhias mais indesejáveis da nossa política externa, e algumas das organizações mais ineptas da longa lista de organizações ineptas que povoa o direito internacional público. Não se quer com isso dizer que a política externa não envolva muitas vezes andar em companhias indesejáveis; na maioria das vezes implica mesmo almoços constantes com quem nunca se jantaria.  Mas parece um exagero justificar essas companhias só porque os barulhos que saem das suas bocas são parecidos com os nossos, tal como parece despropositado justificar a nossa afeição por mentirosos ou por coxos simplesmente pelo facto de, por mero acaso, nos acontecer a nós sermos coxos e mentirosos.
Fonte: http://observador.pt/opiniao/a-lusofonia/

Cumprimentos,
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CPLP - Aprovado uso de línguas moçambicanas nas assembleias
« Responder #224 em: Julho 18, 2015, 03:01:03 am »
Aprovado uso de línguas moçambicanas nas assembleias provinciais
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Pela primeira vez, as línguas moçambicanas serão usadas como instrumento de trabalho nas assembleias provinciais do país, pondo fim ao exclusivo que era reservado ao português, a língua oficial.

A decisão foi tomada esta terça-feira (14 de Julho) pelo Conselho de Ministros. Moçambique figura entre os países onde o português tem o estatuto de língua oficial, mas é falada essencialmente como segunda língua pela maioria da população, que se comunica nas línguas locais.

É "um grande avanço" quando se diz que um membro da Assembleia Provincial está autorizado a usar a sua língua e que o órgão tem de criar condições de tradução e interpretação nas línguas que ele usar naquele local, considera o docente e investigador de línguas moçambicanas Armindo Ngunga.

"Se estamos a falar de democracia, não pode haver participação se as pessoas não usarem a língua que melhor dominam", defende o docente, lembrando que os membros da Assembleia Provincial vêm das aldeias, onde não se fala português.

Também para o jornalista e linguista Ricardo Dimande a decisão é acertada e tem um "impacto bastante grande", uma vez que são línguas que ainda usadas pela maior parte do povo moçambicano. "Sentia-se que alguns deles têm dificuldade em articular as suas mensagens e comunicações em língua portuguesa", refere.

Armindo Ngunga lança um desafio a outras instituições, como a Assembleia da República, que "devia pensar seriamente no assunto", para que a língua não seja uma barreira à comunicação no Parlamento, defende. O investigador considera fundamental "promover a participação de todos os moçambicanos, em pé de igualdade, independentemente do recurso linguístico usado".

A maioria dos falantes do português reside nas cidades. Na capital moçambicana, Maputo, cerca de 40% da população fala português.

Para o linguista Ricardo Dimande, é importante que os cidadãos tenham a possibilidade de usar as línguas moçambicanas nas várias instituições públicas como tribunais comunitários, hospitais e esquadras.

O sector da educação é uma das áreas que já introduziu o uso das línguas moçambicanas. O ensino bilingue está em vigor desde 2003-2004 em 23 escolas e cobre actualmente cerca de 500 escolas, que leccionam num total de 16 línguas envolvendo cerca de 80 mil alunos que aprendem a ler e a escrever na sua língua materna quando entram na primeira classe.

O vice-ministro da Educação, Armindo Ngunga, disse que o desafio futuro do seu Ministério é que entre 25% e 50% dos pouco mais de um milhão de alunos que entram na escola primária anualmente aprendam a ler e escrever na sua língua materna.

Quanto às vantagens do ensino bilingue, Armindo Ngunga afirma que "estas crianças são muito mais interactivas e extrovertidas, têm mais vontade de participar e aprendem muito melhor".
Fonte: http://www.dw.com/pt/aprovado-uso-de-l%C3%ADnguas-mo%C3%A7ambicanas-nas-assembleias-provinciais/a-18590383

Cumprimentos,
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