Por outro lado, numa ou noutra altura todos "eles" (esses países que referiu e mais alguns) decidiram terminar com as suas centrais nucleares.
Com isto quero dizer que não somos mais espertos que eles mas.. se calhar devíamos: são muito indecisos.
Não considero o risco um obstáculo em si.
Se esquecermos Chernobyl, em que a própria concepção do reactor era inaceitávelmente perigosa para os padrões ocidentais da altura, os incidentes que ocorreram não tiveram consequências piores que muitos outros incidentes industrais.
Um pormenor mais complicado é que houver um incidente que danifique seriamente o reactor, embora o incidente possa ser contido sem risco para as pessoas ou ambiente, o reactor pode ficar num estado que está para além da tecnologia actual desmantelar e torna-se um fardo para as gerações futuras, que terão de o vigiar e cuidar.
Obviamente, que o armazenamento de resíduos também é um fardo para as gerações futuras.
Contudo, o aspecto que para mim me deixa mais dúvidas é o puramente politico/económico.
Devido à sensibilidade da tecnologia, a economia das centrais nucleares são muito sensíveis à gerência ou ingerência do poder politico, dos reguladores, etc. Na Europa temos tanto bons como maus exemplos disso.
Mas não podemos deixar de analisar as coisas só porque há maus exemplos e alguns dos bons exemplos são países pequenos como nós. Se houver uma proposta, acho que o Governo não deve deixar de a analisar sem tabus. A não ser que seja o Patrick Monteiro de Barros a propor, claro.