O Salão Internacional de Aeronáutica 2007 abriu hoje as portas em Jukovski, nos arredores de Moscovo. A maior exposição de armamentos na Rússia deverá ser visitada por cerca de 600 mil pessoas em apenas seis dias. Piotr Katsiv, vice-presidente do governo do Distrito de Moscovo, anunciou que empresas de mais de 100 países estarão presentes na exposição, 540 das quais russas e 247 estrangeiras, o que representa um crescimento de 20% em relação ao ano passado e um novo record na história deste salão."Os produtores russos de armamentos vão demonstrar os produtos mais recentes do complexo militar-industrial", informou o centro de imprensa do Serviço Federal para Cooperação Tecnológica e Militar da Rússia, citado pela agência RIA-Novosti.Moscovo pretende fazer demonstrações do seu mais moderno sistema de lançamento de mísseis S-400. Estarão ainda em exposição o sistema de lançamento de mísseis S-300, o avião militar multifuncional MIG-35D, o modernizado MIG-29K, avião multifuncional que aterra em porta-aviões, o complexo de lançamento de mísseis "Pantsir-S1" e o míssil de cruzeiro "Meteorit-A".Além disso, as empresas russas terão expostos mais de 20 aviões e helicópteros militares, entre os quais o TU-160, TU-95MS, Iak-130, SU-34, MI-28, Ka-50."Há uns meses atrás, na Rússia realizou-se o voo de apresentação do primeiro MIG-29K. Os generais da Força Aérea da Índia presentes ficaram simplesmente encantados e já deram a esse aparelho o nome de Vespa Marítima", declarou Serguei Tchemezov, director da Rosoboronexport, empresa que detém o monopólio da exportação de armas russas.As autoridades russas esperam que durante o salão internacional sejam assinados novos contratos com empresas estrangeiras. Tchemezov anunciou que poderá ser assinado nomeadamente um contrato entre a Rússia e a Indonésia sobre o fornecimento de aviões SU aquele país asiático."No Salão Internacional será assinada toda uma série de grandes contratos e acordos. Neste momento, posso anunciar a assinatura de um acordo de cooperação da Corporação Aeronáutica Unida (CAU) com o maior fornecedor americano de alumínio, a Alcoa, e de um acordo de cooperação entre a CAU e o Banco de Comércio Externo da Rússia", revelou Boris Aliochin, director daquela empresa russa.Além disso, Aliochin, declarou que poderá ser anunciada a criação de uma empresa mista pelo fabricante russo de aviões militares "Sukhoi" e pela companhia italiana Finmeccanica, que deverá fornecer peças para o novo avião russo Superjet-100.
Dois jactos da Real Força Aérea do Reino Unido seguiram sexta-feira dois bombardeiros russos que se aproximaram do espaço aéreo britânico, anunciou hoje o ministro da Defesa britânico. No site do Ministério foram publicadas duas fotografias dos jactos britânicos Typhoon F2s a sobrevoar o Oceano Atlântico Norte, próximos dos bombardeiros russos TU-95.O ministro britânico forneceu poucos detalhes sobre as razões deste incidente mas a agência de notícias Associated Press diz que «aparentemente» os bombardeiros foram seguidos quando se aproximaram do espaço aéreo britânico. Os jactos Typhoon F2s são responsáveis por acções de alerta rápido no espaço aéreo britânico.O incidente de sexta-feira teve lugar no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que vinte bombardeiros estratégicos tinham sido enviados para os Oceanos Atlântico, Pacífico e Árctico, para missões rotineiras.Diário Digital / Lusa
A Geórgia acusou hoje a Rússia de ter violado o respectivo espaço aéreo na terça-feira, pela segunda vez desde o início do mês e duas semanas depois de um primeiro incidente durante um qual um avião da força aérea russa terá lançado um míssil em território georgiano. O ministro dos Negócios Estrangeiros georgiano denunciou em comunicado «uma incursão no espaço aéreo da Geórgia a partir da Federação da Rússia», na mesma região onde ocorreu o primeiro incidente, a 6 de Agosto. A Rússia negou as acusações referentes ao míssil lançado nessa primeira vez e ainda não se pronunciou sobre esta segunda acusação.
A Rússia realizará uma segunda instalação de novos mísseis balísticos intercontinentais em Dezembro, como parte do programa do presidente russo, Vladimir Putin, para modernizar as respectivas defesas nucleares, noticiou hoje a imprensa local. A instalação de novos mísseis ocorre em um momento de tensas relações entre a Rússia e a NATO sobre os planos dos Estados Unidos para um escudo de defesa anti-mísseis no Leste Europeu, com Moscovo a argumentar que tal ameaçaria a respectiva segurança, enquanto Washington insiste que apenas visa defender-se contra ataques do que considera «nações hostis», como o Irão. O míssil móvel Topol-M, parte de uma nova geração de armamento que o Kremlin diz que garantirá a segurança da Rússia nos próximos 20 a 30 anos, será instalado na cidade de Teikovo, cerca de 240 quilómetros a nordeste de Moscovo. Os primeiros mísseis foram instalados em Dezembro de 2006, quando Putin foi mostrado pela televisão russa a subir em um lançador de mísseis para demonstrar o novo programa. Nenhum detalhe foi divulgado quanto ao número de mísseis. «Estamos absolutamente confiantes de que essa divisão será colocada em condições de combate em Dezembro», disse o comandante das forças de mísseis da Rússia, Nikolai Solovtsov, segundo a agência de notícias Interfax. O Topol-M, de 22 metros, é um míssil balístico intercontinental que carrega uma única ogiva. Foi desenvolvido inicialmente nos anos 1990, após o colapso da União Soviética, e posteriormente melhorado. Pode ser lançado tanto de silos como de lançadores móveis que podem ser camuflados e escondidos em florestas. Juntamente com o RS-24, de múltiplas ogivas, que deverá ser instalado nos próximos anos, o Topol-M será a coluna vertebral do arsenal nuclear russo e ajudará a fortalecer as forças armadas desgastadas, nos anos de declínio pós-soviético. A Rússia afirma que a decisão dos Estados Unidos de se retirarem do tratado Anti-Mísseis Balísticos, da era soviética, e de criar o seu próprio escudo com base na Europa acelerou o desenvolvimento e a introdução do RS-24. Os Estados Unidos insistem que o escudo é necessário para proteger contra mísseis que poderiam disparar ogivas nucleares, químicas ou biológicas na sua direcção. Diário Digital
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, assegurou hoje que o seu país não se juntará a qualquer «aliança santa» contra outras potências, e negou que a Rússia represente uma «ameaça» para o Ocidente. «A Rússia nunca será parte de novas alianças santas contra quem quer que seja. A Rússia continuará a desempenhar um papel equidistante nos assuntos internacionais», disse Lavrov, citado pelas agências russas. Lavrov salientou que a Rússia defende «a convivência pacífica, o direito internacional, a segurança colectiva e a solução político-diplomática para os conflitos internacionais». Acrescentou a que a Rússia enfrenta actualmente «ameaças que não podem ser associadas a um só país», pelo que são necessárias «ações colectivas» e «regras acordadas». Além disso, negou que a Rússia seja uma «ameaça», ideia que considerou um «mito» idealizado pela imprensa ocidental. «Estamos a acompanhar a reacção da imprensa estrangeira ao rápido renascimento da Rússia como uma das principais potências mundiais. Certos círculos políticos no Ocidente não estão preparados para tal evolução dos acontecimento», disse. Quanto ao escudo antimísseis norte-mericano e o problema do Kosovo fazem parte do que designou como «a linha vermelha» da política externa russa. «Deve entender-se que na política externa russa de não confronto existem as chamadas ´linhas vermelhas`: quando existe uma ameaça real para a segurança nacional ou a ordem internacional vigente», frisou. Lavrov garantiu que a «Rússia não negocia e isso deve ser compreendido pelos parceiros internacionais». «Não vale a pena apressar-se e tomar decisões que conduzam ao confronto, seja em relação ao escudo, Kosovo ou ao alargamento da NATO», assinalou. Lavrov consiedrou que «ninguém quer encontrar-se numa situação em que tenha de começar do zero em algo tão importante como o traçado da arquitectura da segurança europeia». A Rússia opõe-se totalmente aos planos norte-americanos de instalar elementos estratégicos do escudo antimísseis na República Checa (radar) e Polónia (mísseis interceptores). A 15 de Setembro, em Baku, decorrerão as consultas trilaterais entre a Rússia, Estados Unidos e Azerbeijão para a utilização conjunta da estação de radar de Gabalá, situada a poucos quilómetros da fronteira com o Irão. Diário Digital
Uma maioria de russos (59%) considera que Moscovo deve utilizar a arma energética na política externa e dois terços pensam que ao criticar a Rússia o Ocidente procura desacreditá-la, segundo uma sondagem hoje divulgada. No total, 59% das pessoas interrogadas responderam «sim» à pergunta: «As autoridades russas devem utilizar a dependência dos países europeus em relação ao petróleo e ao gás russos para atingir os seus objectivos de política externa?»Só um russo em cada cinco (20 por cento) respondeu «não» a esta pergunta.No início de 2006 e em 2007, a Europa foi privada vários vezes de fornecimentos em gás natural e petróleo russo na sequência de crises entre Moscovo e alguns dos seus vizinhos pelos quais transitam os hidrocarbonetos russos para a União Europeia.Para dois russos em cada três (68 por cento), as críticas do Ocidente «visam desacreditar» o país, somente 8 por cento julgam que traduzem uma preocupação com a situação na Rússia.Dois russos em cada três (66 por cento) julgam no entanto que as relações Rússia-Ocidente melhoraram sob a presidência de Vladimir Putin, enquanto 9 por cento têm a opinião contrária e 19 por cento não notam nenhuma evolução.Cerca da metade das pessoas interrogadas dizem «ter uma atitude positiva» em relação à Grã-Bretanha apesar da crise diplomática russo-britânica desencadeada pelo envenenamento do ex-agente russo Alexandre Litvinenko em Londres. Pelo contrário, 29 por cento tem uma atitude negativa, enquanto 23 por cento não exprimem nenhuma opinião.A sondagem foi efectuada junto de uma amostra representativa de 1.600 pessoas entre 10 e 13 de Agosto. Diário Digital / Lusa
Armamentos: Rússia tem e terá a arma mais poderosa e fiável no mundo - general Moscovo, 04 Set (Lusa) - O general Iúri Baluevski, chefe do Estado Maior General das Forças Armadas da Rússia, declarou hoje que o seu país "tem e terá a arma mais poderosa e fiável no mundo". O general russo falava na Sala dos Concílios da Catedral de Cristo Redentor, em Moscovo, por ocasião das celebrações do 60º aniversário da 12ª Direcção Principal do Ministério da Defesa da Rússia, que responde pela manutenção das armas nucleares no país. "A Rússia não ameaça ninguém com essa arma, mas ela garante e irá garantir a vida pacífica dos nossos cidadãos, dos nossos filhos e dos nossos netos", sublinhou Iúri Baluevski. O general recordou que o seu país e o seu povo "numa época difícil criaram uma arma que garantirá a paz na Terra não durante décadas, mas durante séculos". "Hoje, a maior parte da população da Terra compreende bem que essa arma continua a ser indispensável para garantir a paz no nosso planeta, tal como quando o país mais poderoso do mundo criou uma arma desse tipo e ameaçava com ela outros países", sublinhou Iúri Baluevski. O general russo garantiu que os especialistas da 12ª Direcção Principal "conservam com segurança essa arma, pronta para ser utilizada". Estas declarações foram pronunciadas na presença de militares de alta patente e hierarcas da Igreja Ortodoxa Russa. Depois de uma missa celebrada pelo bispo Ambrósii, foram entregues às melhores divisões das forças nucleares estandarte com a imagem de São Serafim Sarov, protector dessas forças militares russas.
Chefe militar afirma que Rússia terá o arsenal mais poderoso do mundo04/09 - 11:07 - EFEMoscou, 4 set (EFE).- O chefe do Estado-Maior do Exército russo, general Yuri Baluyevski, disse hoje que a Rússia terá "o arsenal mais confiável e poderoso do mundo", mas que esse armamento não representa uma ameaça a ninguém."A Rússia tem e terá o armamento mais confiável e poderoso do mundo (...), essas armas garantirão a vida em paz de nosso povo, nossos filhos e netos", afirmou Baluyevski, citado pela agência "Interfax".O general russo fez as declarações por ocasião do 60º aniversário do Departamento de Segurança Nuclear (DSN) do Ministério da Defesa, e afirmou que o arsenal "não ameaça ninguém".Os especialistas do DSN "mantêm esse armamento em condições de máxima segurança e pronto para uso", acrescentou.Baluyevski disse que a maioria da população mundial compreende que "essas armas ainda são necessárias para garantir a paz no planeta, como ocorreu quando a maior potência do mundo fabricou essas armas e ameaçou outros países com elas", em uma clara referência aos Estados Unidos."Nosso país e nosso povo fabricou armas que garantirão a paz durante décadas e por mais de um século", afirmou.A Rússia aumentou este ano em um terço as despesas em defesa e iniciou um processo de modernização das Forças Armadas, cuja maioria dos armamentos e equipamentos é obsoleta.O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que o país contará nos próximos anos com a "tríade nuclear: aviões estratégicos, submarinos e plataformas de lançamento", o que permitirá manter o "equilíbrio estratégico".Em maio, a Rússia testou com sucesso um novo foguete intercontinental balístico, o RS-24, capaz de transportar várias cargas nucleares guiadas individualmente e superar, segundo os militares russos, o escudo antimísseis dos Estados Unidos.Além disso, a Aviação Estratégica contará em breve com o primeiro avião Tu-160 supersônico na versão renovada (Black Jack, segundo a Otan), capaz de transportar 12 foguetes cruzeiro com ogivas nucleares ou convencionais, e 40 toneladas de bombas.O Tu-160, maior bombardeiro quadrimotor do mundo, é tripulado por quatro pessoas e pode voar sem reabastecer distâncias de até 14.600 quilômetros a 18 mil metros de altura e uma velocidade de 2.230 km/h.Putin advertiu o Ocidente que adotaria medidas de resposta, como apontar seus mísseis para a Europa, se os Estados Unidos seguirem adiante com os planos de instalar elementos de seu escudo antimísseis no Leste Europeu.O presidente russo suspendeu em julho o Tratado de Armas e Forças Convencionais na Europa (Face), e a Aviação Estratégica retomou em agosto os vôos de patrulhamento no espaço aéreo internacional, suspensos desde 1992.Apesar das novas medidas, o Kremlin sustenta que o orçamento militar dos Estados Unidos é, em números absolutos, quase 25 vezes superior ao da Rússia. EFE io pp/an
Indonésia: Putin garante venda milionária de armamento Jacarta, 06 Set (Lusa) - Vladimir Putin, na primeira visita de um presidente russo à Indonésia em meio século, garantiu hoje uma venda de armamento superior a 700 milhões de euros num acordo assinado com o seu homólogo e anfitrião Susilo Bambang Yudhoyono. Em causa estão nomeadamente 20 tanques, 22 helicópteros e dois submarinos (classe Kilo) que os russos, na sua estratégia para cimentar interesses militares na região asiática, vão encaminhar ao longo dos próximos 15 anos para o mais populoso país islâmico do mundo (235 milhões de habitantes). A estratégia russa para a região passou por recentes e inéditos exercícios militares conjuntos com a China e por negociações para a venda de caças, mísseis e artilharia nomeadamente à Malásia. A Força Aérea indonésia comprará ainda a Moscovo seis aviões Sukoy (Su-30), orçados em cerca de 250 milhões de euros cada, que foram encomendados durante o Salão Aeronáutico de Jukovski, realizado a sudeste da capital russa em meados de Agosto. Além dos acordos bilaterais em matéria de segurança e defesa, representantes dos dois países subscreveram outros sete memorandos de cooperação em economia, protecção do meio ambiente e reflorestação, cultura e desporto. Moscovo assumiu o compromisso de investir em território indonésio quase 3.000 milhões de euros nos sectores energético e mineiro, em explorações de bauxite, alumínio, gás natural e petróleo, neste caso através do gigante Lukoil. Os dois dirigentes falaram igualmente da possibilidade de colaboração bilateral no combate ao terrorismo, tratando ainda questões internacionais incidentes no Médio Oriente - a guerra no Iraque, o conflito nos territórios palestinianos e a crise nuclear no Irão -, Península da Coreia e Kosovo (Sérvia). O último líder russo que esteve na Indonésia foi Nikita Khrushchev, em 1960. O ministro da Defesa indonésio, Juwono Sudarsono, não escondeu a sua satisfação por haver finalmente condições para "reduzir a dependência" dos Estados Unidos em matéria de fornecimento de equipamento militar, devido do embargo imposto por Washington na sequência das atrocidades cometidas em Timor-Leste entre 1991-99. Este embargo foi levantado em 2005 e, desde então, Jacarta tenta diversificar para a União Europeia (UE) e Rússia as compras destinadas à modernização das suas forças armadas. As transacções comerciais entre a Rússia e a Indonésia são presentemente de menos de 250 milhões de euros, sendo ambição dos dois países que se eleve a 700 milhões de euros, afirmou o Presidente Susilo Bambang Yudhoyono. Por seu turno, Putin despediu-se garantindo aos indonésios o "particular interesse" da Rússia no seu país. Putin esteve 10 horas na Indonésia, a caminho da Austrália onde, sábado e domingo, participa na cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC).
Rússia: Bombardeiros russos no Atlântico, Oslo e Londres enviam caças Oslo, 06 Set (Lusa) - Caças noruegueses e britânicos descolaram hoje duas vezes para controlar oito bombardeiros russos que se aproximavam do território da Noruega, na última manifestação de poderio aéreo do Kremlin, anunciaram fontes militares. O tenente-coronel John Inge Oeglaend, do Estado-Maior norueguês, afirmou que os bombardeiros estratégicos Tupolev-95 se aproximaram do espaço aéreo norueguês no extremo norte do país, mas não entraram. Responsáveis da defesa do Reino Unido disseram que quatro caças britânicos descolaram igualmente para controlar os aparelhos russos, que não penetraram também em espaço aéreo britânico. "Seguiram uma rota normal em espaço aéreo internacional", afirmou Oeglaend, adiantando que os bombardeiros russos sobrevoaram o mar de Barents, junto ao extremo norte da Noruega, voltando depois ao Atlântico norte e regressando mais uma vez ao mar de Barents. Segundo o oficial, dois caças F-16 noruegueses descolaram de ambas as vezes que os aparelhos russos se aproximaram da Noruega, numa prática normal em situações deste tipo. A Noruega, membro da NATO, e a Rússia partilham fronteiras terrestres e oceânicas no Árctico, incluindo o vasto mar de Barents. Segundo Oeglaend, foi a terceira vez que caças noruegueses descolaram, desde meados de Julho, para controlar um número crescente de exercícios aéreos militares russos. Agências russas citaram hoje um porta-voz da Força Aérea, segundo o qual bombardeiros estratégicos russos iniciaram quarta-feira patrulhas em áreas distantes do globo, de acordo com planos anunciados pelo presidente Vladimir Putin para o recomeço dos voos destes aparelhos. "De acordo com o plano confirmado, 14 bombardeiros estratégicos TU-95MC iniciaram quarta-feira à noite patrulhas regulares sobre os oceanos Pacífico, Atlântico e Árctico, envolvendo reabastecimentos em voo", disseram as agências. Segundo o porta-voz militar citado pelas agências russas, os voos não violavam as regulações internacional e os aviões "sobrevoam águas neutras, não se aproximando das fronteiras aéreas de países estrangeiros". Segundo a mesma fonte, "praticamente todos (os bombardeiros envolvidos) estão a ser acompanhados por jactos da NATO".
O presidente russo Vladimir Putin tentou convencer o primeiro-ministro ucraniano, Victor Ianukovitch, a criar dificuldades a empresas ocidentais que pretendam extrair hidrocarbonetos do Mar Negro, segundo uma alegada conversa confidencial entre os dois estadistas, hoje divulgada. Dois jornais electrónicos ucranianos publicaram hoje o que afirmam ser o teor de uma conversa confidencial entre Putin e Ianukovitch, que teria decorrido em finais de Agosto, durante uma visita do primeiro-ministro ucraniano à capital russa.O teor da alegada conversa entre Putin e Ianukovitch é publicado, não só durante as campanhas eleitorais na Ucrânia e na Rússia, mas também em vésperas das cimeiras União Europeia-Ucrânia, que se realizará a 14 de Setembro em Kiev, e UE-Rússia, prevista para 26 de Outubro, em Mafra, ambas durante a Presidência portuguesa da UE.Segundo a versão escrita da conversa publicada nos jornais electrónicos, Putin tentou convencer o seu interlocutor a prestar apoio às empresas russas de energia na Ucrânia e a "criar um ambiente extremamente desconfortável para as companhias ocidentais que tentam realizar grandes projectos na Ucrânia com vista à extracção de hidrocarbonetos na plataforma continental do Mar Negro"."Trata-se de um momento muito oportuno: no nosso e no vosso país realizam-se eleições. Podemos sincronizar os programas, apresentar alguns projectos conjuntos na política internacional", declara Vladimir Putin."Sim, sim. Temos um plano para tornar a língua russa estatal...", responde Victor Ianukovitch."Seguimos atentamente a situação na Ucrânia", interrompe Putin, acrescentando: "Apoiamos os anseios dos partidos da coligação. Mas há um grande risco. Parece-me que os vossos e os nossos eleitores querem definição, tanto no que diz respeito à língua russa, como em relação à NATO. É preciso articular isso de forma mais precisa".O Partido das Regiões, dirigido por Victor Ianukovitch, fez dos referendos sobre o estatuto da língua russa na Ucrânia e sobre a adesão do país à NATO duas das principais bandeiras na campanha eleitoral, que decorre actualmente na Ucrânia.O Presidente russo propõe também a Ianukovitch que apoie a criação da União dos Povos Eslavos (Rússia, Ucrânia e Bielorrússia)."Penso ser necessário procurar novas abordagens do esquema de integração. Temos uma iniciativa que podemos abordar em concreto. No contexto da sincronização de projectos políticos nas eleições, propomos a criação de uma União dos Povos Eslavos", declara Putin."É preciso uma nova forma, um novo algoritmo de integração regional. Não conseguimos criar o Espaço Económico Único, a Comunidade de Estados Independentes não funciona. Deve haver uma nova ideia. Estou convencido que esta ideia terá êxito na Ucrânia e no nosso país", sublinhou o presidente russo.Victor Ianukovitch responde que isso dependerá do resultado das eleições parlamentares na Ucrânia, marcadas para 30 de Setembro, mas Putin não tem dúvidas quanto aos resultados."Faremos tudo o que depender de nós para que os nossos projectos económicos, políticos ou integracionais tenham continuação e para que não seja preciso começar do zero. Penso que o Governo de Ianukovitch irá continuar a trabalhar", afirmou."A publicação desta conversa pode provocar um colossal escândalo internacional com as consequências mais sérias", comenta o diário electrónico russo MIGnews.com.Em 2000, um major dos serviços secretos ucranianos publicou escutas de conversas do ex-presidente do país, Leonid Kutchma, que comprometeram fortemente o então dirigente da Ucrânia.Lusa/RTP