Chefe Estado-Maior Força Aérea reconhece que terá "menores capacidades" Beja, 26 Out (Lusa) - O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) reconheceu hoje que este ramo das Forças Armadas terá "menores capacidades", em consequência da redução das verbas previstas para a Defesa no Orçamento do Estado (OE) para 2007. "As capacidades serão menores, obviamente", declarou o general Taveira Martins, garantindo, no entanto, que "as Forças Armadas terão que cumprir os seus objectivos e missões com as verbas disponíveis". Taveira Martins falava à agência Lusa no final da cerimónia comemorativa dos 42 anos da Base Aérea/011 (BA11), em Beja. À semelhança do ano passado, os três ramos das Forças Armadas vão sofrer cortes nas verbas em 2007. O Exército, o mais penalizado, perde 5,3 por cento de volume de transferências (recebe 492,6 milhões de euros), seguindo-se a Força Aérea, com menos 4,5 por cento (254,8 milhões de euros) e a Marinha, com uma redução de 1,1 por cento (321,9 milhões de euros). "Os recursos são sempre escassos e o país vive uma situação realmente difícil", lembrou o CEMFA, reforçando que "as Forças Armadas já demonstraram que estão e vão continuar a apoiar esta circunstância". O ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, admitiu quarta- feira que "a vida vai ser difícil" com o Orçamento previsto para a Defesa em 2007, mas garantiu que as verbas são suficientes para cumprir as missões essenciais das Forças Armadas. Em declarações à agência Lusa, o general Taveira Martins adiantou, por outro lado, que "está para breve" a substituição dos helicópteros Allouette III - com mais de 300 mil horas de voo -, prometida por vários ministros da Defesa, em visitas, nos últimos anos, à BA11. "Trata-se de uma substituição prevista na Lei de Programação Militar (LPM)", observou. Um outro projecto previsto para Beja é a instalação na base de uma escola europeia de formação de pilotos de combate, tendo o CEMFA lamentado que o processo, que envolve 12 países europeus, "não esteja a decorrer como Portugal desejaria". No entanto, realçou que "os chefes das Forças Aéreas europeias estão atentos" e defendeu que a "necessidade imperiosa" daquelas forças "terem escolas comuns, tendo em consideração as vantagens de rentabilização e economia de esforços". "Estamos a procurar uma solução mais ou menos económica para formar muitos pilotos em pouco tempo", garantiu, lembrando que a Força Aérea está a passar por uma fase "complicada" marcada pelo "défice" de pilotos. Por outro lado, continuou, a substituição dos aviões de instrução complementar de pilotagem Alpha-Jet - aeronave que realizou o primeiro voo em 1973 e entrou ao serviço da Força Aérea Portuguesa (FAP) em 1993 -, "está dependente da criação das escolas europeias". Entre as várias escolas que serão criadas, caso avance o projecto, disse Taveira Martins, a BA11 de Beja é uma das localizações possíveis. "Seria muito bom para Portugal, para a região e para a FAP se Beja fosse escolhida para a instalação de uma das escolas", defendeu. Taveira Martins adiantou ainda que as cerimónias comemorativas dos 55 anos da Força Aérea, a 01 de Julho de 2007, vão decorrer em Beja.