Mas papatango a verdade é que a esquerda radical recuperou parcialmente da derrota de 25NOV75 e conseguiu representação parlamentar e um acordo de governação com um governo do PS...
Bem, depende do que consideramos esquerda radical. O Partido Comunista, saiu do golpe por entre os pingos da chuva e nas eleições seguintes, aumentou a votação com cerca de 14% dos votos. A extrema esquerda ficou completamente espartilhada e desencontrada.
Vai conseguir um sucesso contra o PCP nas eleições presidenciais do ano seguinte, quando Otelo Saraiva de Carvalho consegue 16.5% dos votos contra Otávio Pato do PCP que pouco passa dos 7%.
Muitas pessoas esqueceram já, que a primeira grande derrota eleitoral do PCP ocorre em 1976 e na altura a extrema esquerda viu aquilo como um sinal de que o povo não tinha gostado da ação do PCP.
Mas a extrema esquerda apanhou um balde de água fria nas autarquicas de 1976, com os Grupos Dinamizadores de Unidade Popular, uma espécie de frente popular da extrema esquerda, que teve resultados reduzidos.
O PCP continuou a comer bocados do PS durante o final da década de 1970, até 1979, altura em que com Sá Carneiro, os partidos de direita voltam ao poder (ainda que sem uma maioria sociológica de direta).
A extrema esquerda vai continuando no Limbo representada pela UDP União Democrática Popular, com um deputado no parlamento Acácio Barreiros e depois o Major Mário Tomé. A UDP era um partido comunista sem uma linha ideologica clara, nem era estalinista nem trotskista, umas vezes era a favor do modelo jugoslavo de auto-gestão, outra queria inventar uma via própria.
O PSR aproximava-se da UDP, em 1995 ultrapassa a UDP mas nenhum dos partido elege ninguém.
É a partir daí que se juntam para formar o Bloco de Esquerda, que logo em 1999 consegue eleger dois deputados.
Portanto, levou quase um quarto de século para que a extrema esquerda radical elegesse um grupo parlamentar. E nesta altura a Russia estava esfacelada e acabada e o PCP ainda tinha uma força eleitoral relevante.
É importante também aqui referir, que mesmo dentro do Bloco, existem fações moderadas e fações radicais.
Aliás isso é mais visivel que no PCP, onde as divisões em bloco parecem ser entre classes sociais, de um lado o operariado assalariado da margem sul do Tejo e do outro as elites intelectuais do partido, em Lisboa.
A questão é que, estes radicalismos malucos que a comunicação social projeta e aumenta até à exaustão, são na minha humilde opinião, minoritários mesmo dentro do próprio Bloco de Esquerda.
São deixados a monte porque dá jeito que façam barulho, e quanto mais barulho, "baderna" e arruaças eles produzirem, maior será o eleitorado que se passa para a extrema direita.
E o eleitorado moderado cai com facilidade neste tipo de armadilhas. Tanto os radicais do Bloco, como os velhos do MIRN (no Chega) estudaram na mesma escola ...
E si,,, Estou de acordo. A falta de atividade das pessoas normais em responder aos extremismos, é o que dá mais força aos extremistas dos dois lados.
E digo dois lados com aspas, porque o pessoal do Chega que veio do PCP e do Bloco, não deixa realmente falar em dois lados, Extremistas são extremistas, Querem ver Portugal a arder
Não importa se o fazem em nome da direita ou da esquerda, o que conta é a adrenalina.