A raiz destas recentes posturas e declarações por parte da Rússia está num relatório publicado há relativamente pouco tempo pelos investigadores Keir Lieber e Daryl Press no «Foreign Affairs» que fez soar os alarmes em Moscovo.
Estes investigadores usaram um programa informático que permite simular um ataque nuclear dos Estados Unidos à Rússia, extrapolando a situação dos arsenais para o fim da década.
As conclusões desse modelo levaram à conclusão de que um ataque de surpresa teria uma boa probabilidade de destruir todas as bases de bombardeiros, de submarinos e de mísseis balísticos intercontinentais.
Os mesmos autores sublinharam que esse estudo não significa que esse tal primeiro ataque seja provável, mas a Rússia já não vai poder contar com a dissuasão nuclear.
E afirmam mesmo que a não ser que alguma coisa se inverta rapidamente a vulnerabilidade russa não vai parar e aumentar.
Tendo a Rússia novamente aspirações de ser um centro global de poder, mas não tendo o seu PIB acompanhado essa aspiração, ao contrário do que acontece com a China ou os EUA, aquilo que lhe resta é o seu potencial nuclear, que só é comparável ao dos EUA.
É precisamente por isto que a Rússia reage desta forma. Esse estudo pôs em causa o seu último reduto de afirmação global. A partir desse momento tudo aquilo que os norte-americanos fizerem em relação ao nuclear, será visto à luz desse mesmo relatório.