Não são, não. O F-35 é amplamente conhecido por ter custos e disponibilidade problemáticos.
Continuam a não entender a diferença entre custos de aquisição, e custo de operação?
Tanto a FAB quanto a Flygvapnet pretendem voar o Gripen por mais três décadas.
Que remédio têm. A Suécia vai operar até conseguir substituí-los todos por um caça de 5ª ou 6ª geração (da Saab ou de um consórcio que inclua a empresa). O Brasil está a receber agora, natural que os vá operar até 2050/55. De resto, o Gripen não ganha concursos nenhuns onde surja também o F-35, porque quem vai comprar, tem que pensar nas ameaças do presente e futuro.
Defasado em relação a quê? À furtividade?
Em tudo. A tecnologia de aviação de caça vai continuar a evoluir, ao contrário do que vocês pensam, que termina no suprassumo do Gripen. A própria Saab vai acabar mais tarde ou mais cedo por descontinuar os esforços no Gripen, para investir num novo caça.
E já agora, entre outras coisas, a furtividade é um factor bastante importante, quando avaliamos o confronto directo entre caças, ou operação em espaço aéreo contestado.
O Chile já tem tal autorização. Pergunte aos chilenos se, por agora, eles trocariam a estabilidade de operação e disponibilidade de seus F-16 ( F-16C/D Block 50/52 e MLU-M4) por F-35. Muito provavelmente, não.
Custos. Eles, tal como vocês, não têm uma ameaça credível que justifique terem já os F-35. Isso pode mudar, à medida que surgir orçamento/necessidade, fruto de ameaças.
Nenhum destes caças/protótipos supracitados se configuram em ameaça à FAB no cenário sul-americano. Não vejo a menor possibilidade de caça chinês na América do Sul (exceto na Venezuela), principalmente em se tratando de um "5ª geração". Aliás, o KF-21 Sul-coreano é um vetor de 4.5ª geração, tal como o Gripen E. O caça Turco ainda não passa de um protótipo com motores de f-16 à espera de novos motores para ser pretensamente classificado como '5G'. O caça indiano é, por enquanto, um projeto. Falar em desvantagem tecnológica em relação a um País que possui a mais comprovada, testada, validada e consolidada indústria aeronáutica do Hemisfério Sul é de uma falácia atroz.
Não são ameaça, por agora. Não quer dizer que daqui a 10/15 anos não venham a ser. Mas é por isto que quem decide este tipo de aquisições, extremamente dispendiosas, tem de considerar a evolução das ameaças para as décadas seguintes, e não apenas o "agora".
O KF-21 está em desenvolvimento para se tornar um caça de 5ª geração. Só é um caça de 4.5/5- nesta primeira versão havendo já outras em desenvolvimento com uma baía para armas. O caça turco, pelo menos já existe protótipo, ao contrário da Saab e Embraer que não possuem nada. Não quer dizer que os turcos consigam desenvolver por si uma aeronave daquele tipo, ou uma aeronave verdadeiramente de 5ª geração, mas mais uma vez, cabe a quem planeia a compra de caças, avaliar todas as possíveis ameaças. O da Índia sim, é só conceito ainda. Já o J-35/FC-21, esse voa, e se a China quiser que seja exportado, não faltarão clientes. Não se sabe quão bom será o avião, mas não devia ser descartado como ameaça credível no futuro para caças de geração 4.5.
Já terem uma indústria aeronáutica consolidada, nem sempre tem implicações directas na capacidade de defesa do país. Estamos a falar em capacidade de combate de cada país, e ter capacidade de produzir cargueiros, aviões civis e um caça de geração 4.5, não se vai sobrepor ao poder aéreo proporcionado a uma força aérea que possua caças de 5ª geração (ainda por cima quando o país opositor tem mais facilidade em destruir as fábricas, anulando a vantagem industrial por completo). Mas precisam de ser humildes para compreender este tipo de coisas.
Nenhum país sul-americano tem e não terá, em médio e longo prazo, a autonomia tecnológica aeronáutica que o Brasil possui. Os vizinhos podem comprar de prateleira "caças de 5º geração" da Turquia, Índia e China à vontade para mobiliar seus esquadrões. Mas, nunca provavelmente terão o suporte industrial autônomo que o Brasil dispõe.
Mais uma vez, humildade seria importante, caso contrário, apenas podemos concluir que está em negação. Se um país vizinho adquirir caças de 5ª geração "de prateleira" de outro país, pode não ter base industrial, mas a capacidade de combate superiorizar-se-á à do Brasil em termos de caças. Pelo menos até a capacidade industrial do Brasil, ser capaz de produzir um caça superior aos potenciais adversários.
Mas são tão desumildes, que até tinham a audácia de dizer que, se o Chile adquirisse 5 Arleigh Burke e 3 Zumwalt, a MB era melhor porque tinha as Tamandaré de produção nacional. Ou se alguém adquirir LRASM para os seus navios, vão dizer que o MANSUP é melhor. É preciso mais exemplos?
Já agora, o Brasil não é autónomo. Muitos dos sistemas críticos das aeronaves, são produzidos noutros países. A coisa complica e muito, quando quiserem ser verdadeiramente independentes, e desenvolver os próprios motores, radares, etc.
Querem desenvolver um caça de 5ª geração, muito bem. Agora quão realista é que é essa intenção? Quão autónomos serão? Quanto dinheiro terão para investir nisso? É que nós vimos a Rússia, com muito mais experiência na área, a ter uma grande dificuldade em desenvolver este tipo de caça. O Brasil ainda é muito "verde" em comparação, e ainda não é capaz de desenvolver por si só, metade dos sistemas para um caça. A própria Saab depende de equipamentos "de prateleira" para fazer o Gripen, e o mesmo se sucederá para um eventual caça de 5/6ª geração que queiram desenvolver.
Opinião minha: Portugal pode até vir substituir os F-16 MLU pelo F-35. A FAP é uma Força NATO/OTAN. Isso garante uma segurança e exequibilidade que outras forças fora do escopo da aliança militar atlântica (leia-se guarda-chuva industrial militar dos Estados Unidos) não possuem. Do contrário, acreditaria que seria algo inviável.
Há muitos países fora da NATO a comprar F-35. É tão "inviável" como comprar o Gripen, o Typhoon, o Rafale, o F-15EX, que a sua compra custa tanto ou mais que o F-35. Os custos de operação mais altos do F-35, são compensados pelos ganhos estratégicos, pelo seu poder de dissuasão, e ao ser o caça "faz tudo" dos EUA, vai continuar a ser desenvolvido e melhorado, a produção de sobressalentes deverá continuar por décadas, etc.