Voltando à entrevista, o CEMA fala em 5500 milhões para os F-35, o que dá quase $6000 milhões pelo que, e julgando pelos valores por aeronave dos últimos contratos (~$200 milhões), está-se a pensar em cerca de 30 aeronaves, ou seja na substituição 1:1 dos F-16…
Confesso que eu, se fosse mais que apenas um contribuinte, não aceitava investir já nos F35 essa verba... PA I com V e há muito - incluindo na Força Aérea - onde colocar o resto...
Epá depende. Por exemplo, se esse dinheiro fosse gasto "hoje", abria o caminho (teoricamente) para outros programas na década de 30. Sendo gasto na década de 30, dificilmente avançam muitos outros programas nessa altura.
O problema aqui, é que não se vão gastar 5500 milhões em F-35 nos próximos 10 anos, nem se vão colmatar outras lacunas por esse valor no mesmo prazo. Logo é inconsequente se se gasta aquele dinheiro já amanhã ou só em 2035, se o resto continuar na mesma independentemente dos casos.
Agora acho que seria crucial pensar numa melhor repartição da despesa nestas duas décadas. É aí que entra a modernização dos PA I, que permitia que em 2035 a encomenda de F-35 fosse de metade dos necessários, e a compra de 2 ou 3 fragatas novas para substituir as VdG a curto prazo, para que igualmente em 2035 apenas se tenha que adquirir outras 2 ou 3 fragatas.
De repente, a despesa com estes dois programas, de 2035-2040, passava de uns 10/11 mil milhões, para 6/7 mil milhões no mesmo período, aumentando a probabilidade de virem a ser executados.
Para isto, diria que uma verba suplementar, para gastar entre 2024 e 2030 seria necessária, de 2500/3000 milhões (o que daria menos de 500/600 milhões/ano) permitia despachar pelo menos investir nestes dois aspectos. Em alternativa, gastar os 2% do PIB verdadeiramente na Defesa.
Se isto não for feito, corremos o risco de, na década de 30 vermos a Marinha reduzida a 2 ou 3 fragatas, e a FAP a uns 20 caças.