Bélgica caminha para a desagregação?

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JoseMFernandes

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« Responder #15 em: Novembro 20, 2007, 11:43:20 am »
Citação de: "comanche"
A Bélgica continuará?


António José da Silva

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Vem isto a propósito de uma grande manifestação realizada em Bruxelas, neste fim de semana. Segundo os seus organizadores, a iniciativa teve um “enorme” êxito, porque terá juntado cerca de 35.000 pessoas unidas pela mesmo motivo: o da unidade da Bélgica. Certamente que, a corresponderem à verdade, este números podem ser considerados como um sucesso, face, nomeadamente, aos prognósticos de que não haveria flamengos entre os manifestantes, o que não se confirmou. De qualquer modo, reunir 35.000 pessoas numa manifestação a propósito de uma causa fundamental como é a da existência do seu próprio país, não se afigura muito convincente quanto ao futuro da Bélgica.
Normalmente, as crises decorrentes da existência de comunidades nacionais dentro do mesmo estado, tendem a expressar-se na reivindicação da autonomia e ou da independência. política. O caso da Bélgica é diferente. Aparentemente pelo menos, se chegar a haver uma separação definitiva entre valões e flamengos, eles terão de se juntar aos vizinhos que falam a mesma língua. Os primeiros à França, os segundos à Holanda..
Não acreditamos. Apesar de tudo, a Bélgica continuará a existir.

Não partilho a visão do autor acima...é certo que  manifestação de domingo passado foi considerada um êxito pelos seus organizadores (e forças politicas francófonas) mas eles próprios temperaram de seguida esse entusiasmo.

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parce que de succés on peut parler mais de maniére relative(...)car de Flammands il n'y en eut pas tant que cela.Certes il y en avait-difficile de dire combien-peut-etre 15% voire beaucoup moins.Ce n'est pas énorme.Un signal fort a été donné hier.Mais peut-etre pas aussi forque Marie Houard et ses compéres l'espéraient. -
 diário de Bruxelas La D-Heure de 19/11/07

("pode-se falar de sucesso mas de maneira relativa(...) porque não haviam tantos flamengos como isso, é certo estariam lá, dificil de avaliar quantos, talvez 15% ou mesmo bastante menos (?).Não foi grandioso.Ontem deu-se um sinal forte, mas talvez não tanto quanto Marie Claire Houard (organizadora francofona de Liége) e os seus companheiros esperariam.")


O número de flamengos puros era quase desprezível (os neerlandófonos presentes eram básicamente provenientes da região de Bruxelas, onde existe alguma interpenetração cultural) e se a esmagadora maioria dos politicos francofonos estavam presentes (a titulo individual)... nem um unico politico flamengo se associou a manifestação.

Acredito que vá haver governo até ao fim do ano, mas até lá e sobretudo depois (a menos de dois anos de  eleições regionais em que, caso os actuais politicos flamengos não consigam obter avanços concretos para o seu lado, poderão vir a catapultar partidos e formações da extrema direita para uma posição de fiel da balança... e o que aconteceria depois não seria nada agradavel para o estado federal ) todo o processo relativo a consolidação da separação financeira, concretização e consolidação rigorosa  da divisão administrativa...etc
Perante uma Valónia dominada hà décadas por um partido (PS) submerso em corrupção e clientelismo, com taxas de desemprego duplas das do Norte e que vive das transferencias provenientes da Flandres (dix milliard d'euros !!! - leram bem...dez mil milhoes de euros !!!!) o encontro de consensos não será facil, tanto mais que a instituição real perdeu muito da sua aura e influência apaziguadora perante a Flandres.


"les flammands finiront d'eux-memes par faire sécession"-General De Gaulle
 

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comanche

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« Responder #16 em: Novembro 20, 2007, 01:51:05 pm »
Citação de: "JoseMFernandes"

O número de flamengos puros era quase desprezível (os neerlandófonos presentes eram básicamente provenientes da região de Bruxelas, onde existe alguma interpenetração cultural) e se a esmagadora maioria dos politicos francofonos estavam presentes (a titulo individual)... nem um unico politico flamengo se associou a manifestação.


A continuação da existência da Bélgica depende principalmente da vontade dos flamengos, se eles eram em numero reduzido na manifestação, isso não é bom sinal para a Bélgica.

Deixo aqui mais uma notícia de hoje.


Bélgica: Separação do país ou confederação são cenários para a crise



Ivone Gravato, da Agência Lusa


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Bruxelas, 20 Nov (Lusa) - Dividida entre flamengos e francófonos e sem governo desde Junho, a Bélgica vive hoje uma crise política que pode pôr em causa a sua existência ou levar a uma solução confederada, inspirada no modelo da Suíça.

Estas hipóteses foram admitidas por dois jornalistas, um flamengo e outro francófono, em declarações à Agência Lusa a propósito do impasse político num país que está há 163 dias sem governo por falta de acordo entre os líderes dos partidos das duas comunidades para a formação de um executivo de coligação.

"Muito devagar, a federação belga vai evaporar-se", defende o jornalista flamengo Reinhart Brake, da agência noticiosa Belga.

Opinião oposta tem Yves Clarisse, francófono e também jornalista, da agência britânica Reuters: "não acredito que o país acabe, a solução será uma confederação", inspirada no modelo suíço.

Já em 1912, um político francófono disse ao rei: "Majestade, vós reinais sobre dois povos. Há na Bélgica valões e flamengos, não há belgas".

A frase é recordada hoje na Bélgica para ilustrar a situação actual de um país em que o que separa as duas comunidades culturais e linguísticas é cada vez mais do que aquilo que as une.

Com 10,5 milhões de habitantes, 60 por cento flamengos e 40 por cento francófonos, a Bélgica está em crise desde as eleições legislativas de 10 de Junho, ganhas Yves Leterme, líder dos democratas-cristãos da Flandres, que não consegue chegar a acordo com os francófonos para formar um executivo de coligação.

Para Reinhart Brake, a crise política "será com certeza ultrapassada", mas a ferida já não tem remédio: "teremos uma separação de veludo" entre as duas comunidades linguísticas, Flandres e Valónia, afirma.

Yves Clarisse, por seu turno, defende a sua solução confederativa com um argumento economicista: "em última análise há os custos da separação, que seriam demasiado elevados", refere, sublinhando que "a dívida federal é muito elevada".

A Bélgica nasceu em 1830, em revolta contra a ocupação holandesa, e até meados do século XX, foi dominada por uma elite francófona, inclusive na Flandres.

Após as duas guerras mundiais, o francês começou a ser visto como uma língua "dos dominantes e das elites", contra a qual os flamengos começaram a reagir, enquanto as elites francófonas - bem como a Igreja e o Palácio Real, símbolos da unidade do Estado - começaram a perder poder.

Aliás, a sucessão do rei Alberto II poderá levantar um problema complicado, acredita o jornalista francófono, uma vez que o primogénito Filipe é muito contestado, nomeadamente na Flandres.

Em 1963, foi fixada a barreira linguística entre as duas comunidades, tendo Bruxelas ficado como a única região bilingue.

Aos poucos, salienta pela sua parte o jornalista flamengo, a Flandres e a Valónia foram assumindo poderes de Estado federal.

Nos últimos 30 anos, a comunidade flamenga ganhou influência e muito peso económico, sendo já a principal geradora de receitas.

No entanto, depois da crise do carvão e do aço, nos anos 1960, a Valónia começou a dar sinais de recuperação e é "dona" de um recurso estratégico: 90 por cento da água do país.

A Bélgica é "o maior exportador mundial per capita e o país que atrai mais investimento estrangeiro", lembra o jornalista da Reuters.

Além das comunidades flamenga e francófona, há ainda uma terceira, de língua alemã, geograficamente integrada na Valónia. A região de Bruxelas, geograficamente pertencente à Flandres tem uma população maioritariamente francófona (cerca de 90 por cento).

"Bruxelas é que nos mantém unidos", garante Brake, uma vez que nem flamengos nem valões mostram disposição de abdicar da cidade, que é simultaneamente capital da Flandres, da Bélgica e da União Europeia (neste caso, partilha o estatuto com Estrasburgo e Luxemburgo).

"Bruxelas e a selecção nacional de futebol!", graceja Brake, enquanto Clarisse também destaca o futebol como factor de união, mas lamenta as fracas prestações da equipa nacional.

"A Bélgica, para sobreviver, precisa da solidariedade e lealdade" entre as duas principais comunidades, salienta Yves Clarisse.

O reforço das competências das regiões, reclamado pela Flandres e contestado pela Valónia, é uma inevitabilidade para os dois jornalistas.

Clarisse - que, tal como Brake, acredita numa solução a breve trecho para a crise actual - alerta para o perigo de a política de impostos passar a ser regional, defendendo que as taxas têm que ser iguais para todos.

A política externa e a de defesa também deverão ser competências do governo, numa lógica de confederação, acrescenta.

É frequente que a representação externa do país inclua, além das embaixadas e consulados, de nível diplomático, representações das três comunidades e das três regiões.

Ironicamente, a divisa da Bélgica, um país criado há 177 anos, é "a união faz a força".


 

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Doctor Z

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« Responder #17 em: Novembro 20, 2007, 08:57:01 pm »
Boas,

O que desejo e o que a maioria deseja é que não haja derrame de sangue.
Que fiquem juntos ou que se separem, que façam isso pacíficamente.
Blog Olivença é Portugal
"Se és Alentejano, Deus te abençoe...se não
és, Deus te perdoe" (Frase escrita num azulejo
patente ao público no museu do castelo de
Olivença).

:XpõFERENS./
 

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foxtrot

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« Responder #18 em: Novembro 22, 2007, 03:08:57 pm »
Quando penso na lógica do Saramago e de outros iberistas (traidores) até tenho vontade de rir.
 Numa Europa que se esforça por constituir um super estado federal mas cujos próprios países constituintes estão ameaçados por múltipos focos de nacionalismo (Escócia, Bélgica, País Basco, Catalunha, Kosovo, Montenegro, etc.) sem esquecer as divisões já consumadas (Checoslováquia, Jugoslávia, etc.). Se para mim ser um europeísta convicto já me parece algo de rídiculo (acreditar numa europa unida é ignorar mais de dois mil anos de hsitória), querer ressuscitar pseudo impérios do tempo da maria cachucha é pura e simplesmente estúpido.
 

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André

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« Responder #19 em: Novembro 23, 2007, 08:15:15 pm »
Convenção sobre reforma de Estado pode ser solução

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A criação de uma Convenção para resolver a crise política da Bélgica - há 166 dias sem governo - foi uma solução hoje apresentada ao rei para decidir sobre a reforma do Estado, que divide políticos da Flandres e da Valónia.

O presidente da Câmara dos Deputados, o flamengo Herman Van Rompuy, e o do Senado, o francófono Armand De Decker, foram hoje recebidos por Alberto II, a quem apresentaram a criação de uma Convenção - que será composta por deputados, membros dos governos federal e regionais e ainda por um colégio de personalidades com experiência em questões institucionais - com o objectivo de procurar uma solução, segundo um comunicado do Palácio.

A proposta mereceu «um acolhimento positivo» por parte dos partidos políticos consultados e a Convenção deverá iniciar-se «o mais cedo possível», mas só depois de estar formado governo.

A questão da reforma constitucional fica, assim, fora do âmbito do governo de coligação a formar pelo democrata-cristão da Flandres (região de língua neerlandesa) Yves Leterme, em coligação com liberais flamengos e os partidos homólogos da Valónia (região francófona).

Os líderes parlamentares federais tinham sido encarregados pelo rei de uma missão de reconciliação política entre flamengos e francófonos, depois de uma tomada de força por parte de deputados eleitos na Flandres que resultou na interrupção do diálogo político.

A Convenção terá como missão preparar a transferência de alguns poderes do estado federal para as regiões, nomeadamente nas políticas de emprego, saúde e fiscal, conforme é exigido pela Flandres e contestado pela Valónia.

A Bélgica está há 166 dias sem governo, um recorde desde a independência do país, há 177 anos.

Leterme venceu as eleições de 10 de Junho último, mas não conseguiu ainda formar um governo de coligação.

A 19 de Agosto, Leterme anunciou o fracasso das negociações e a 09 de Setembro, a crise agudizou-se com a proposta de uma separação do país apresentada no parlamento regional flamengo pelo partido de extrema-direita Vlaams Belang.

A 29 de Setembro, na sequência do trabalho discreto do presidente do Parlamento, Herman Van Rompuy, a quem o rei Alberto II confiou uma missão de «exploração», Leterme recebeu novo mandato para formar governo.

No passado dia 07, a aprovação em comissão parlamentar por 10 deputados flamengos (os seis valões abandonaram a sala) de um projecto de lei que suprime direitos de francófonos residentes nos arredores flamengos de Bruxelas desencadeou nova crise.

Além da flamenga (maioritária, com cerca de seis milhões dos 10,5 milhões de habitantes do país) e da francófona, a Bélgica integra ainda uma pequena comunidade germânica, que não constitui, no entanto uma região.

Assim, a Bélgica, que se tornou independente em 1830, tem três comunidades (flamenga, francesa e alemã), criadas em 1970, com competências próprias.

Em 1980, foram criadas as regiões da Flandres e da Valónia e, nove anos depois, a de Bruxelas-Capital.

As janelas de Bruxelas continuam enfeitadas com bandeiras nacionais, uma resposta da população da capital - que é também uma região e a única bilingue do país - ao arrastar da situação política e à ameaça da secessão.

No domingo passado, uma marcha a favor da unidade nacional juntou mais de 35.000 manifestantes na capital belga.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #20 em: Dezembro 01, 2007, 03:59:13 pm »
Candidato a PM renuncia a formar governo de coligação

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O candidato a primeiro-ministro da Bélgica, o flamengo Yves Leterme, decidiu hoje renunciar a formar um governo nacional de coligação devido ao impasse com os partidos francófonos, informou o seu porta-voz.
«Sim», respondeu o porta-voz a uma questão sobre se Leterme tinha renunciado à sua missão.

O candidato a primeiro-ministro reuniu-se entretanto com o rei Alberto II e, segundo um comunicado da casa real, «aceitou o pedido» de Leterme para ser «escusado da missão».

Alberto II deverá agora designar um novo candidato a primeiro-ministro e encarregá-lo de formar governo.

O porta-voz de Yves Leterme indicou que o líder dos democratas-cristãos flamengos vai agora informar o Parlamento.

A Bélgica atravessa uma crise política sem precedentes e, seis meses depois das eleições legislativas, continua a não conseguido formar governo.

A retirada de Yves Leterme ocorre depois de terem fracassado as conversações com os partidos francófonos, com os quais tentava formar um governo de coligação, sobre um programa de reforma das instituições belgas que contempla uma maior autonomia para os flamengos.

Os flamengos são maioritários na Bélgica, onde correspondem a cerca de 60 por cento da população.

Perante o impasse, Leterme lançou sexta-feira um ultimato aos quatro partidos flamengos e francófonos e colocou-lhes três questões concretas para avaliar a sua disponibilidade para uma maior autonomia dos flamengos.

O maior dos partidos francófonos, o MR (liberal), respondeu com um 'sim' condicionado e, o segundo, a formação democrata-cristã CDH, recusou qualquer concessão nesta matéria.

Nas suas declarações, citadas pela France Presse, o porta-voz de Leterme responsabilizou o CDH pela crise, por ter sido o autor da «única resposta negativa».

Diário Digital / Lusa

 

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comanche

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« Responder #21 em: Dezembro 03, 2007, 10:33:54 pm »
Bélgica: Rei pede a PM cessante solução para o país sair do impasse



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Bruxelas, 03 Nov (Lusa) - O rei dos belgas pediu hoje ao primeiro-ministro cessante para encontrar uma "forma de sair do impasse" em que a Bélgica está mergulhada, apesar de Guy Verhofstad ter parecido excluir continuar de forma duradoura aos comandos do país.

O Rei Albert II recebeu ao final da tarde, pela segunda vez hoje, Verhofstadt, cujo governo liberal-socialista trata dos assuntos correntes desde as eleições legislativas de 10 de Junho.

Albert II "pediu-lhe para o informar a muito curto prazo sobre a forma de sair do actual impasse e de tomar todas os contactos necessários para este efeito", precisa um breve comunicado do Palácio.

Perante jornalistas, Guy Verhofstadt pareceu excluir regressar ao palco da cena política, onde tem permanecido muito discreto desde que reconheceu a sua derrota nas legislativas de 10 de Junho.

"Hesitei muito tempo antes de aceitar esta missão", declarou Verhofstadt durante uma breve declaração aos jornalistas.

"Tirei conclusões da derrota do meu partido, adoptei neste últimos meses uma atitude muito reservada. Esta missão em nada mudará isso. É por isso, e a meu pedido expresso, que reveste apenas um carácter muito temporário e limitado", disse.

Verhofstadt referiu que aceitou o pedido do rei porque o país vive "uma das crises políticas mais graves das últimas décadas" e regista "uma deterioração da sua imagem de marca".

Há também "os problemas diários dos cidadãos (que) continuam sem solução", frisou.

Verhofstad anunciou que terá "nos próximos dias contactos com todos os partidos democráticos".

A primeira questão, segundo referiu, será saber "como chegar à abertura de negociações" que levem a uma "importante reforma" do Estado federal belga, de que o país precisa".

A outra será ver como o governo minoritário, que está em gestão dos assuntos correntes por não haver governo que reflicta a nova maioria saída das legislativas, pode resolver problemas como a elaboração de um verdadeiro orçamento, ou o reforço da segurança nas prisões.

Segundo a Constituição belga, enquanto o rei não designar oficialmente um novo Governo, o gabinete cessante despacha os assuntos correntes.

Desde meados de Julho, as negociações para a formação de um novo governo eram lideradas pelos responsáveis do partido cristão-democrata flamengo CDV, vencedor do escrutínio de 10 de Junho.

Mas o líder do CDV, Yves Leterme, favorito até agora à sucessão de Guy Verhofstadt, renunciou sábado a formar um governo social-democrata/liberal, por falta de acordo entre francófonos e flamengos sobre as reivindicações autonomistas da Flandres.

 

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André

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« Responder #22 em: Dezembro 06, 2007, 03:40:56 pm »
Padre promove vigília por «crise política difícil»

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O padre belga Alain Thomasset acolhe sexta-feira uma iniciativa de 20 horas de oração em intenção da unidade da Bélgica, numa altura em que «o país enfrenta uma crise política difícil», há 179 dias sem governo.

A ideia de fazer uma vigília de oração partiu de uma paroquiana, contou, em entrevista à Agência Lusa, o pároco da igreja de Nossa Senhora da Assunção, em Woluwé Saint-Lambert, Bruxelas, que espera ver reunidos em oração, das 18:00 sexta-feira até às 14:00 sábado, fiéis francófonos e valões.

«Questionámo-nos sobre o que fazer como cristãos, como Igreja, para ajudar o país a responder ao apelo do cardeal», referiu Alain Thomasset.

A 15 de Novembro, por ocasião da festa do rei, o cardeal de Bruxelas, Godfried Danneels (flamengo), apelou para os crentes rezarem pelo país «na sua diferença e na sua unidade».

Questionado sobre quantas pessoas espera ver na iniciativa da sua paróquia, o padre Thomasset respondeu não ter qualquer ideia.

«Haverá momentos em que teremos mais, talvez umas 30, e momentos em que teremos menos», referiu.

Para o pároco, a maioria das pessoas não deseja a divisão nacional, sublinhando ainda que alguns dos seus paroquianos são veementes na defesa do país.

«São alguns políticos que querem separar o país, mas não o povo, a mediatização da crise é que faz parecer que são também os cidadãos», salientou, exemplificando com as bandeiras que enfeitam milhares de janelas de Bruxelas.

«Pessoalmente, tive avós que se bateram pela Bélgica», aludindo à II Guerra Mundial, pelo que é convicto a afirmar o seu patriotismo.

«Se o país se separar, perdem todos», salientou ainda, acrescentando não perceber as razões «da pequena minoria» dos que defendem a separação da Bélgica.

Um dos objectivos da maratona de oração é também «pedir perdão a Deus por alguma falta de respeito mútuo», entre flamengos e valões, disse.

«Pode ser que Deus se deixe tocar pela nossa prece», frisou.

Questionado sobre o que é ser belga, Alain Thomasset, 40 anos, respondeu que é ter um «temperamento de compromisso».

A Bélgica, um país com 177 anos, está há 179 dias sem governo, depois de o vencedor das legislativas de 10 de Junho ter fracassado duas tentativas de formar um executivo de coligação.

O país atravessa uma profunda crise política marcada pelas diferenças entre as duas comunidades, a Flandres (de língua neerlandesa) e Valónia (francófona).

Além da Flandres e da Valónia, a Bélgica inclui ainda a região de Bruxelas, a única bilingue, e uma comunidade de língua alemã.

Os flamengos representam 60 por cento da população belga (10,5 milhões), sendo Bruxelas maioritariamente habitada por francófonos, apesar de geograficamente se situar na Flandres.

A vigília de oração terá lugar na capela de São José, padroeiro da Bélgica e, curiosamente, termina no dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #23 em: Dezembro 07, 2007, 06:37:33 pm »
PM em exercício tenta 5ªfeira aliviar crise política

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O primeiro-ministro em exercício da Bélgica, Guy Verhofstadt, vai apresentar quinta-feira, no Parlamento, um novo executivo para gestão de assuntos urgentes, numa tentativa para aliviar a crise política no país, há 180 dias sem governo.

Guy Verhofstadt vai tentar que o Parlamento federal dê um voto de confiança a um governo já não de gestão corrente mas de assuntos urgentes (com poderes alargados), composto pelos partidos liberais e socialistas (um de cada região - Flandres e Valónia).

Segundo a imprensa belga de hoje, o executivo a apresentar será composto por 12 ministros, sem secretários de Estado, sendo que os quatro partidos - dois liberais (VLD, da Flandres, e MR, Valónia) e dois socialistas (SP.A, Flandres, e PS, Valónia) - nomearão três ministros cada.

Um voto de confiança no governo permitirá parar o cronómetro da crise e preparar uma resposta para a manifestação marcada para o próximo dia 15, organizada pelos sindicatos contra os aumentos de preços e a favor de uma fiscalidade equitativa e de uma maior segurança social.

Esta manifestação surge numa altura em que o sector económico-empresarial se agita perante o arrastar da crise política: as eleições legislativas foram a 10 de Junho e ainda não há governo por falta de acordo entre os partidos, pelo que não há política económica.

O gigante ArcelorMittal, por exemplo, está à espera de uma decisão federal sobre a atribuição de licenças de emissão de gases com efeito de estufa para iniciar a produção de aço em Liège (Valónia).

Se a proposta de Verhosftadt merecer a aprovação parlamentar, os belgas poderão passar o Natal mais tranquilos, mas a solução não passará de um «penso rápido» numa ferida profunda.

A Bélgica, com 10,5 milhões de habitantes, é um país onde a divisão é levada muito a sério e os movimentos independentistas flamengos não podem ser menosprezados.

Quem passa da Valónia para a Flandres (e vice-versa) é como se tivesse entrado noutro país: de um lado só se fala francês e do outro nada mais que neerlandês.

Até os media são divulgados apenas nas línguas de cada uma das comunidades: rádio, televisão e jornais em cada uma das línguas, sendo a única excepção a agência noticiosa Belga, que noticia em francês e neerlandês, mas com destaques diferentes na «homepage» de cada uma das versões.

A nível económico as diferenças entre as duas comunidades são abissais: a Flandres é um gigante económico, especializada em serviços - como os portos - e a Valónia nunca recuperou do declínio da economia do carvão e do aço.

A receita dos impostos entra nos cofres federais, situação que beneficia a Valónia, com menos receita e mais despesa.

Um exemplo simples foi apresentado à Agência Lusa por um jornalista belga francófono, Yves Clarisse, que trabalha para a agência Reuters.

O governo federal decidiu que era necessário promover a segurança rodoviária e instou os governos regionais a colocar radares nas auto-estradas, estipulando ainda pesadas multas para os infractores.

O governo regional da Flandres encheu as suas estradas de radares e cobra as respectivas multas, que vão para os cofres federais.

O executivo da Valónia não quis assumir a medida impopular e colocou «quatro ou cinco radares», pelo que cobra poucas multas mas recebe ajudas pagas com as coimas flamengas.

Mas as diferenças passam ainda por outros aspectos.

Um padre francófono de uma paróquia de Bruxelas decidiu aderir à «moda» das bandeiras belgas nas fachadas e colocou uma na igreja, mas por pouco tempo, dado que o seu homólogo flamengo não descansou enquanto esta não foi retirada, argumentando com a separação entre a igreja e a política.

O francófono argumentou que não, que o acto de exibir a bandeira é de patriotismo e não político, mas em vão.

São estes exemplos simples das diferenças que marcam a Bélgica, um país com 177 anos e cuja população é maioritariamente flamenga (60%), sendo Bruxelas a única região bilingue.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #24 em: Dezembro 16, 2007, 01:16:17 am »
Belgas na rua contra impasse político

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Cerca de 18 mil pessoas saíram às ruas de Bruxelas manifestando-se contra a situação política do país, que tem baixado abruptamente o poder de compra dos cidadãos.

O protesto foi liderado por membros de sindicatos do comércio, denunciando a subida dos preços dos combustíveis e dos produtos alimentares e o fracasso das negociações políticas internas com vista à formação de um novo governo.

Este impasse arrasta-se há meio ano, altura das últimas eleições, quando o resultado levou a que as duas zonas do país, que já é pequeno, assumissem as pretensões de se tornarem autónomas: no Sul, ficaria a Bélgica, propriamente dita, que adopta a língua francesa; no Norte, a Flandres, onde se fala flamengo – e onde se localiza a capital, Bruxelas, bilingue).

Os 18 mil manifestantes – pertencentes a três sindicatos – representam três milhões de pessoas, dos 11 milhões que vivem na Bélgica.

Exigindo celeridade na resolução do problema, os belgas querem também que o sistema de segurança social se mantenha unido, mesmo em caso de separação das duas regiões, dado que a rica zona nortenha já fez saber que esse é um dos seus intentos autonomistas.

A União Europeia já tinha avisado o país de que a grave crise política estava a afectar a economia local de uma forma muito negativa.

SOL

 

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André

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« Responder #25 em: Dezembro 21, 2007, 04:09:16 pm »
Governo de transição toma posse após longa crise

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A Bélgica voltou a ter um governo esta sexta-feira, após seis meses de impasse político, com a posse de um gabinete de transição liderado pelo liberal flamengo Guy Verhofstadt, que deverá ser o primeiro-ministro do país durante três meses.
Verhofstadt e os seus 13 ministros prestaram juramento perante o rei Alberto II, dois dias depois de cinco partidos políticos terem concluído um acordo que acabou com um virtual vácuo de poder que durou 194 dias.

Durante duas semanas de intensas negociações, Verhofstadt, de 54 anos, conseguiu reunir em volta de um programa transitório os partidos democrata-crisão e liberal, flamengo e francófono, além do partido socialista francófono.

Diário Digital / Lusa

 

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nelson38899

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« Responder #26 em: Janeiro 30, 2008, 05:37:21 pm »
boas

Portugal é unico e indivisivel à 900 anos a assim vai continuar, ja tivemos bem pior e mesmo assim conseguimo-nos safar e assim não será diferente. Podemos ser pobres mas mais dia menos dias vamos ganhar o nosso lugar no mundo. Se o senhor acha que nos somos pobres, quando comparados com o brasil pergunto se ja olhou para as suas favelas e para as pessoas que vivem ao longo da fronteira, principalmente na amazónia.

Cump.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #27 em: Janeiro 30, 2008, 05:42:06 pm »
Citação de: "Dandolo Bagetti"
Citação de: "Cabeça de Martelo"
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Portugal também poderia se unir a Espanha.

Eu acho que depois de 900 anos de independência o pessoal não ia gostar da conversa, a começar por mim! :wink:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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JoseMFernandes

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« Responder #28 em: Janeiro 30, 2008, 06:02:07 pm »
Citação de: "Dandolo Bagetti"

Façam um PLEBISCITO.

Portugal também poderia se unir a Espanha.



Independentemente da ilegitimidade de se fazer esse plebiscito (se bem  que a Lei Fundamental no que respeita a referendos  tenha sofrido alterações ) seria preciso que houvesse uma pulsão generalizada e muitissimo forte nesse sentido, o que não é o caso, do meu ponto de vista  português.
Mesmo para quem vê este problema do lado de fora, e insista em ignorar a História que (para o bem e o mal) forjou o nosso presente, mas que se informe 'in situ'  não terá muitas dúvidas na inexequibilidade desse projecto de consulta e certamente menos sobre a eventual resposta popular.
Concedo que essa ideia (União Ibérica) teve ao longo dos tempos e até aos dias de hoje, alguns (por vezes ilustres) defensores entre os meus conterrâneos,  ressurgindo especialmente em momentos mais conturbados económica e políticamente ou em encruzilhadas históricas e sociais do país, mas nunca tiveram apoio popular ( e uma Nação é o seu povo).
De resto, e sem entrar por aí, parece-me que a actual condição da 'Espanha' (com problemas autonómicos a resolver) seja já suficientemente complicada, para avançar algo sequer nessa mais que vaga hipótese.
Mas claro que não se pode impedir ninguém de especular...lá isso  :( !!!
 

(sem assunto)
« Responder #29 em: Janeiro 30, 2008, 07:07:55 pm »
Citação de: "Dandolo Bagetti"
Como afirmei - Dependerá da população de cada país.
O Brasil é ainda um país cheio de problemas (não serve de referência e exemplo). A Europa tem muitos países pequenos. Se houvesse afinidade histórica, alguns poderiam até se unir.


Se os países pequenos existem é porque não têm afinidade para se unir aos grandes.
Se calhar por causa de o Brasil ser tão grande é que está como está.
http://deepestsolitude.blogspot.com/
Exceptis excipiendis.
Est autem fides credere quod nondum vides; cuius fidei merces est videre quod credis.
Mea mihi conscientia pluris est quam omnium sermo.