Apontas logo uma unidade que tem realmente uma unidade operacional e que a mesma consegue reter alguns dos seus efectivos, ao contrário de outros Regimentos e ainda por cima para transferir o 1º BIParas para uma unidade que não é PQ?!
Tens o Regimento de Paraquedistas que já teve unidades operacionais e tem Companhias vazias e sem uso, tens o RI10, onde o mesmo acontece, tens o RI1 que só é usado para Recrutas e exercícios, tudo unidades que fazem parte da BrigRR. Ah e também tens a própria Brigada (antiga BA3).
Como vez são tudo unidades perto de unidades com pistas militares/Bases Aéreas ou unidades que elas próprias têm pistas militares para os Saltos.
Vê lá tu que estava a falar do RI15 como se tratasse de um Regimento da BrigInt e não da BRR. Em qualquer dos casos, o mesmo racional aplica-se, transferindo-os para Tancos e cortando um Regimento desnecessário, dada a proximidade de apenas 15km entre si. (E ainda tens o RAME a poucos km de distância, não me digam que não podia estar inserido numa unidade existente no polígono militar de Tancos?)
O RI1 já eu tinha dito antes, que devia ser inserido na BA11. Podia ser mantido como regimento de infantaria, tal como podia tornar-se uma nova especialidade (RAAA, RT ou RE, por exemplo). Em Faro é preciso um RI a sério, tirando partido da muito maior densidade populacional do distrito (face a Beja). Caso o RI1 fosse absorvido pela BA11, e convertido noutro regimento que não de Infantaria, o RI de Faro podia ser então chamado de RI1, e para viabilizar este RI, despachava-se as 2 messes e o Quartel de Abrantes.
Existem inúmeros outros casos onde aplicar esta lógica da absorção. O RAAA1 de Queluz não faz sentido estar onde está (ainda menos com os sistemas AA actuais). Um dia que se comprassem sistemas de médio alcance, que justifiquem um regimento "próprio", este RAAA devia ser colocado onde realmente faz falta, por exemplo na BA5.
Tens outros casos de unidades especializadas, que não justificam terem o seu próprio regimento, e estão bastante próximos de outras unidades maiores (tipicamente subaproveitadas).
Já não és a primeira pessoa a apontar aqui no fórum que a Brigada Mecanizada está de tal forma depauperada que tudo aponta que para lá caminhamos (fusão entre as duas Brigadas).
Eu pessoalmente, penso que vendo o que se passa na Ucrânia e em Israel, isso é um erro, mas infelizmente não vivemos num mundo perfeito e não estou a ver o governo investir o suficiente na BrigMec, para que a unidade em questão volte a ser o que era nos anos 80 principios dos anos 90.
Podemos ser realistas e pragmáticos, ou podemos continuar a sonhar que a BrigMec recebe, só para ela, um financiamento igual ou superior a 1000 milhões de euros, para o seu reequipamento de forma a ser uma Brigada pesada decente.
Daquilo que se passa em Israel, percebemos que é necessário capacidade de reacção rápida e capacidade de usar a aviação para subjugar o adversário. Na Ucrânia vemos o conflito que é, pelo facto de nenhum dos lados ter atingido superioridade aérea (fruto sobretudo da grande quantidade de defesas aéreas e falta de doutrina SEAD/DEAD), vemos também um uso extensivo de artilharia de longo alcance, drones, mísseis balísticos e de cruzeiro, extensos campos minados, capacidade de negação do espaço marítimo. Repara que temos falta disto tudo.
Uma BrigMec completa, só seria realmente usada em pleno, se fossemos atacar Espanha, ou algum país africano, onde a utilização de veículos de lagartas seja necessária. Em Portugal, tirando na região do Alentejo e algumas partes do interior centro, não tens muitas zonas onde forças de lagartas tenham vantagem. Dado o nosso extenso sistema de estradas, o foco em veículos de rodas acaba por fazer mais sentido.
Como tal, eu antes prefiro ver uma brigada mista, que inclua cerca de 100 blindados de lagartas (CCs e IFVs), complementados pelos meios da BrigInt. Na artilharia, deixava dehaver AP de lagartas, passando a haver AP de rodas (155mm) e MLRS de rodas (idealmente ambos transportáveis por C-130/KC-390), para mim faz mais sentido ter muito mais alcance devido ao sistema MLRS, conferindo verdadeira capacidade contra-bateria, do que ter dois modelos AP de 155mm.
Depois, outro aspecto de extrema importância, é a capacidade AA desta brigada.
Esta fusão das brigadas, não impede que no futuro se volte a dividir, caso haja pessoal, meios e orçamento suficientes. Permite é poupar agora, que estas brigadas estão longe de estar completas.