https://odigital.sapo.pt/reportagem-em-plena-serra-dossa-formam-se-militares-para-comandar-um-pelotao-de-reconhecimento/Reportagem: Em plena Serra D’Ossa formam-se militares para comandar um Pelotão de Reconhecimento
Para além de todas as suas potencialidades, a Serra D’Ossa reúne condições para o aprontamento de forças militares, com vista à sua projeção para os teatros de operações decorrentes dos conflitos mundiais atuais.
É, maioritariamente, na região de Estremoz que, uma parte significativa dos exercícios de reconhecimento do Exército Português, são realizados. Neste contexto, foi onde, no dia 18 de janeiro, com o apoio do Regimento de Cavalaria Nº3 (RC3), teve início o exercício de tática de reconhecimento, do Tirocínio para Oficial de Cavalaria 2024/25 e do 52º Curso de Formação de Sargentos de Cavalaria, sob a responsabilidade da Escola das Armas (de Mafra).
Desta forma, o papel do Regimento de Cavalaria Nº3, de Estremoz, neste exercício, é «garantir o apoio à tática de reconhecimento do Tirocínio para Oficial de Cavalaria e do Curso Formação de Sargentos de Cavalaria, dando a conhecer os meios que equipam as Unidades Operacionais do RC3», segundo o Coronel de Cavalaria Luís Pimenta, Comandante do RC3.
Por outro lado, trata-se também do receber os futuros Oficiais e Sargentos da Arma de Cavalaria no regimento mais antigo do país, onde «queremos que os marque para que tenham a ambição de abraçar a Arma que os formou, motivados para fazerem bem e sempre melhor e aproveitando a dinâmica de modernização do Exército, a concretizem e a ponham em prática»
«Só com os recursos humanos, capacitados, treinados e motivados é possível ter um produto operacional credível e de qualidade», explicou-nos o Coronel.
Assim, durante estes dias o apoio é «materializado através da cedência de material, equipamento e meios humanos”, nomeadamente, viaturas táticas, equipamentos de apoio, e militares para desempenho das funções de Chefes de viatura e condutores».
Em formação, estiveram 15 militares, nomeadamente nove Aspirantes-Alunos do Tirocínio para Oficiais de Cavalaria e seis Instruendos-Alunos do Curso de Formação de Sargentos de Cavalaria/ Técnico Superior Profissional em Tecnologias Militares Terrestres (CFS Cav).
Sobre as potencialidades da Serra D’Ossa para a realização deste tipo de exercício, o Tenente-Coronel de Cavalaria Fernando Lopes, Comandante do Agrupamento de Informações, Vigilância, Aquisição de objetivos e Reconhecimento, realçou ser «uma área de grande importância para o Exército Português, uma vez que as características e condições desta área, são ideais para a formação e treino de diferentes valências táticas, no entanto, assumindo um valor especial para o cumprimento de missões das Unidades de Reconhecimen
Sobre a formação, esta encontra-se «inserida nos módulos de Tática do Curso de Cavalaria, e que permite aos alunos, colocarem em prática os conhecimentos técnicos e táticos, adquiridos ao longo do seu percurso formativo, bem como desenvolver a capacidade de desembaraço, flexibilidade e iniciativa, qualidades essenciais ao Comando de Unidades de manobra».
Durante este período, são avaliadas as capacidades dos formandos na tática de reconhecimento, em exercícios onde «são desempenhadas essencialmente as missões de reconhecimento e de segurança», de acordo com o Major de Cavalaria Frederico Santos, Chefe do gabinete de Cavalaria da Escola das Armas.
O Major Frederico Santos explicou ainda que “esta tipologia de força tem características bastante flexíveis, o que permite-nos desenvolver todas as tarefas que são expectáveis, para que no futuro, tanto os futuros Oficiais como os Sargentos da Arma de Cavalaria, possam ser detentores do conhecimento necessário ao desempenho de funções na área do reconhecimento e, essencialmente, poderem encontrar-se preparados os desafios que podem surgir».
No exercício a que ODigital.pt assistiu, foi possível observar os militares numa formação técnica e tática, executando os procedimentos associados ao planeamento e conduta de operações de um Pelotão de Reconhecimento, nomeadamente, «a planear as operações futuras, em que lhes é atribuída uma determinada missão, a qual carece de um planeamento exaustivo».
Nesta linha, tivemos oportunidade de assistir à montagem de um sistema de comunicação por cabo e em redundância com os meios de comunicação rádio, para que a partir do Posto de Comando fosse fornecida toda a informação às forças que se deslocam na retaguarda da Unidade de reconhecimento.
Nas imediações do Posto de Comando, instalado num local de máxima visibilidade, os militares constroem «uma caixa de areia, que servirá como ferramenta para a explicação da Ordem de operações, que será essencialmente o fio condutor da operação que se segue e a partir daí, os alunos tomam as rédeas da força que têm disponível, para a prática do treino e conduzem as operações, com ou sem incidentes, por parte da equipa de instrução, essencialmente para também desenvolver a flexibilidade tática de cada aluno e a forma como reage aos incidentes que serão naturais neste tipo de operações», segundo nos explicou o Capitão de Cavalaria João Nunes, Diretor do Tirocínio para Oficiais de Cavalaria.
O reconhecimento poderá ser de Itinerário, Área ou Zona (mais abrangente), sendo que independentemente, dessa ação, os militares terão de obter dados e noticias relativas a forças adversárias e terreno, tal como outros aspetos do ambiente envolvente.
Desta formação, cujo módulo de tática de reconhecimento, se encontra a decorrer em plena Serra D’Ossa, vão sair Oficiais, que no futuro irão comandar Pelotões de Reconhecimento (pertencentes a um Esquadrão de reconhecimento) e Sargentos que irão desempenhar as funções de Sargento de Pelotão ou de Comandante de Secção desses Pelotões, os quais se constituem como os “olhos e os ouvidos” das Unidades militares de elevado escalão, denominadas de Grandes Unidades.
Os vídeos foram cedidos pelo Regimento de Cavalaria Nº3, de Estremoz. Já a reportagem fotográfica, poderá vê-la em seguida.
nota existem mais fotos no site.