Tenha calma Papatango. Depois de uns tempos de acalmia voltou ao seu discurso delirante. Até parece que deixou de tomar algum medicamento
Obrigado pela sua avaliação clínica.
O número de vítimas apontado pelos russos tem vindo a descer, não notou isso ?
Ontem, um representante do governo separatista da Ossétia do Sul, afirmou que o numero de mortos tinha sido de 400 e que a maioria eram combatentes.
E esse é o problema, à medida que o tempo passa, as armas de destruição maciça não aparecem...
Papatango, tendo em conta a sua crítica, o que é que você acha que a EU/USA/NATO, deve fazer em relação ao que está a acontecer na Georgia?
Estamos perante uma trapalhada, que provavelmente foi iniciada por um truque ou dos russos ou dos Ossétios separatistas (estou mais para esta última hipótese).
A Rússia esperava isto. Eles não têm forças suficientemente capazes para acções relampago. Enviaram uma amálgama de tropas mas estavam preparados.
Agora, as paradas subiram alto e temos que ver quem é que mexe os olhos primeiro.
Os Russos como toda a gente disse, obtiveram uma vitória táctica, mas não são estúpidos.
Eles não venceram o patético exército georgiano, porque o exército georgiano fugiu espavorido para Tbilisi.
Mas creio que não esperavam o nível de rejeição que estão a ter internacionalmente. Eles podem dizer que não, mas preocupam-se. Até os militares estão a dar conferências de imprensa em inglês - coisa absolutamente impensável há anos atrás.
A Rússia, tem muito do espirito oriental. Avançou, agora não pode perder a cara.
Os russos prometeram ao Sarkozi, sair da Georgia no dia seguinte ao acordo, mas não sairam, e não sairam porque os americanos entretanto enviaram «ajuda humanitária» e os C-17 começaram a aterrar em Tbilisi.
Os generais russos estão furibundos, porque ao mesmo tempo que os russos afirmam em todo o Cáucaso que vão onde querem, a América envia aviões.
E eles sabem que nada podem fazer, e nada podem fazer porque não se atrevem.
A América estará fraca, é verdade, mas a Russia não está melhor.
Para piorar as coisas, os americanos estão no Iraque, onde combatem uma guerra contra esfarrapados mas o seu exército, toda a parafernália tecnologia americana foi desenhada para matar russos, tanques russos, carros de combate russos.
O poder americano não está na sua capacidade de lutar contra a moirama esfarrapada, mas sim na sua capacidade de lutar contra a Rússia.
Os russos sabem que podem tomar a Georgia, mas não querem perder a cara e arriscar um desastre na Opinião Pública internacional. Não se podem dar ao luxo de perder a cara e não se podem dar ao Luxo de afirmar claramente que são a nova URSS, que despertou temor em todo o mundo, e mesmo, porque não dize-lo, Ódio.
E se eles saem rapidamente com os americanos a voar abertamente na cara deles, a Georgia vai continuar a rir-se.
E para aqueles povos, isso é da maior importância. A Rússia vai ficar meio desacreditada, porque afastaram um exército fraco, mas bastou chegarem uns aviões americanos para os russos meterem o rabo entre as pernas.
É por isso, que os russos estão a fazer rallies com BMP-1 e BMP-2 pelas estradas. Eles sabem que há outro macho no terreno e estão a marcar território, mas sabem também que vão ter que sair, no fundo eles não se atrevem.
A Rússia pode dizer tudo o que quiser, mas a Rússia precisa dos mercados do ocidente.
O problema da Ossétia começou no dia em que um país vizinho fez parte de uma força de manutenção de paz.
Uma das regras das forças de manutenção de Paz, é que sempre que for possível, deve evitar-se a presença de vizinhos no território do país intervencionado. A situação permitiu aos russos ganhar controlo efectivo da situação.
A situação também não tem precedente, porque a Ossétia não quer ser independente, a Ossétia quer ser parte da Rússia. É como se os Kosovares quisessem fazer parte da Albânia.
Para já, os russos vão ter que voltar para trás. A cada hora que eles continuam no território georgiano aumentam os problemas.
Ou a Rússia sai rapidamente para as suas posições anteriores, ou acaba por perder a cara. O actual presidente da Georgia também é um problema, porque faz-me algumas vezes lembrar o Hugo Chavez.
Ele não conseguiu reunificar o país. Teria que fazer isso da forma que estava a utilizar, com um desenvolvimento económico da Georgia, superior ao dos países vizinhos. De outra forma, não vai haver Georgia unificada, como também não vai mais haver a Grande Sérvia.
A questão da Georgia, também teve este efeito, acabou com os sonhos que alguns sérvios tivessem sobre o Kosovo.
A NATO / UE / EUA não podem entrar em aventuras, mas devem garantir a continuação da existência da Georgia.
Os Estados Unidos também não podem perder a cara. Porque se perderem a cara aqui, perdem em todos os restantes países da ex-URSS e isso a América, seja com Bush, com McCain ou com Obama, nunca vai deixar acontecer.
Aguardemos para ver quem pisca os olhos primeiro