Só algumas notas que acho importantes:
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O alegado genocidio referido pela propaganda russa, parece ter sido o resultado de um erro cretino dos georgianos, que foi também condicionado pelas condições no terreno.
Eles iniciaram um ataque com tanques e combateram em zonas urbanas. Isto provocou fogo cruzado e resultou em bastantes vítimas.
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Os carros de combate georgianos destruidos, não foram destruidos pelos tanques russos, mas sim pelos soldados russos que estão ao serviço dos separatistas da Ossétia.
A Georgia terá perdido 30 veículos, entre tanques T-72A e veículos MTLB. As perdas foram para o que os Ossétios tinham à mão, ou seja RPG-7 ou equivalentes.
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Os georgianos não conseguiram vencer a oposição dos Ossétios, mas foram surpreendidos pelas baixas e perceberam que não tinham como impedir o avanço russo que começava a entrar a norte, mas que não tinha ainda tido tempo de chegar em força a Tblisi.
Tentaram ainda utilizar a sua força aérea de seis aviões, mas sem sucesso.
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Durante a tarde de domingo o governo de Tbilisi deu ordens para retirar da capital da Ossétia, perante os ataques russos.
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A ordem de retirada foi mal interpretada e não chegou a todas as tropas, que por isso ficaram isoladas e com dificuldade em retirar.
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As tropas georgianas retiraram para Gori, um centro rodoviário e ferroviário que é onde os georgianos têm as suas principais unidades militares.
Generais russos afirmaram à imprensa russa e a notícia foi retransmitida pela Al Jazeera, que o exército da Georgia estava demasiado bem armado.
Isto leva a crer que a Rússia precisa de mais forças para conseguir avançar para Sul. A opção é efectuar bombardeios pesados, utilizando o grande numero de canhões autopropulsados que foram fotografados a entrar na Ossétia.
http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/TER.aspx?nn=261&p=80-7-
Os russos bombardearam Gori com artilharia, mas não avançaram até ao momento
Ainda hoje (manhã de segunda-feira no Brasil) o proprio presidente parece ter fugido de um ataque.
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A Georgia tem uma força aérea que na sexta-feira era constituida por 6 bombardeiros ligeiros Su-25 «frogfoot». Um ou dois deles estavam em reparação, dos outros quatro pelo menos dois foram utilizados contra a Ossétia na sexta-feira
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A força aérea da Georgia não tem caças. Os únicos caças que tem são da família Su-22 e estão TODOS inoperacionais.
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A Georgia não tem tanques T-84 ucranianos.
Tem de facto tanques que foram fornecidos pela Ucrania, mas são T-72A.
Além dos T-72A que receberam blindagem reactiva, a Georgia conta: com um numero de aproximadamente 120 T-55AM2
http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/TER.aspx?nn=262-10-
A Russia não tem um poder assim tão grande no momento.
Toda a gente esquece o tamanho da Rússia. Coloquem a alguém aqui que conheça minimamente a situação e pergunte quanto tempo levaria a mover um batalhão de Leopard-1 brasileiros do Rio Grande do Sul para a Bahia.
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A Rússia pegou tudo o que tinha à mão, para dar um «show» de poder devastador, mas o que enviou para a Ossétia, até ao momento são tanques T-72A, tanques T-72B (que podemos identificar pela adição de uma cunha acoplada à torre onde foi instalada blindagem reactiva).
Também foram enviados tanques T-62.
Esses tanques são tanques de unidades do Ministério do Interior (uma espécie de Policia Militar) e pertencem a unidades que estiveram na Chechénia.
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É de alguma relevância a destruição do Tu-22M bombardeiro estratégico «Backfire» que durante a guerra fria era o terror da Europa.
Trata-se de uma aeronave que voa a grande altitude e isto tem uma quantidade de implicações, porque explica em parte o que Israel esteve a fazer com a modernização dos mísseis russos em poder da Georgia.
A Rússia já confirmou a perda de quatro aeronaves nesta Segunda. Mas ontem à terde os dados que consegui reunir apontavam já para pelo menos quatro aeronaves abatidas, mas não contavam com o abate de um Tu22M.
É seguro que o numero de aeronaves russas perdidas é neste momento maior.
As forças russas, habituadas à guerra da Chechénia, não estão habituadas a sofrer baixas aéreas, desde o Afeganistão, e muito menos estão habituados a sofrer baixas tão significativas como o Tu-22M.
Está também justificado o ataque a uma estação de Radar em Tbilisi.
Os numeros e dados que refiro, são baeados nos dados de transferências e vendas de armas publicados pelo «Stockholm International Peace Research Institute» e que foram cruzados com os numeros do «World Military Ballance 2006/2007».
Não foram considerados dados da Wikipedia.