O que se poderia ter feito em Portugal...

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papatango

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« Responder #15 em: Maio 29, 2009, 07:05:49 pm »
O que é que as exportações têm a ver para o caso ?

Que diacho de mercados de exportação eram esses, numa altura em que tinha caído o muro de Berlim, a União Soviética se tinha afundado e desmembrado, o Pacto de Varsóvia tinha desaparecido e o mercado internacional de armas estava inundado de armas a pataco ?

Durante os anos 90, podia-se comprar um tanque T-55 AM/2 pelo preço de um carro popular, ou seja mais ou menos 10.000 dolares americanos.
As AK-47 eram a pataco e vendiam-se em lotes por 20 dolares cada uma (com portes por conta do comprador).

Os países europeus tinham os seus mercados reservados e os países dos mercados alternativos estavam inundados de armas russas.

Para nós, é fácil criticar os políticos dez ou vinte anos depois de tomarem as decisões, mas eles têm que tomar as decisões na altura e não vários anos depois. Por isso correm o risco de cometer erros.

Acredito que ainda hoje, a opção foi do ponto de vista da lógica a mais razoável. O exemplo turco não procede porque se trata de um país com uma dimensão completamente diferente da nossa em termos de mercado para as armas ligeiras.

Não podemos ultrapassar a questão do mercado interno. O mercado externo existe, mas são sete cães a um osso. Os outros poderiam dar-se ao luxo de vender até abaixo do preço de custo, mas nós dependeríamos exclusivamente das exportações onde não teríamos qualquer lucro.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Nuno Calhau

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« Responder #16 em: Junho 01, 2009, 12:23:24 am »
"O que é que as exportações têm a ver para o caso ?
 
Tudo!

"Que diacho de mercados de exportação eram esses, numa altura em que tinha caído o muro de Berlim, a União Soviética se tinha afundado e desmembrado, o Pacto de Varsóvia tinha desaparecido e o mercado internacional de armas estava inundado de armas a pataco ?"

Vou só utilizar um dos inumeros exemplos (relatório do Ministério da Defesa):

Entre 1984/1989 na guerra Irão vs Iraque; 154 milhões de euros de armamento vendido...

De entre o vasto role; Minas, Fardamento, Explosivos Plásticos, Rádios, G-3, AK-47(???),Granadas de mão e de mostreiro etc. etc.

Deste relatório, constam empresas como a Cometna (fabrico de bosmbas para a aviação iraniana), Fundição de Oeiras (Morteiros e obuses para os iranianos), SPEL (Explosivos plásticos, ambos os lados da fação) e INDEP (Tudo o resto incluindo armamento ligeiro e cartuchame etc etc. Ambos os oponetes).


"Para nós, é fácil criticar os políticos dez ou vinte anos depois de tomarem as decisões, mas eles têm que tomar as decisões na altura e não vários anos depois. Por isso correm o risco de cometer erros."

Mas para isso é que são eleitos, ou não, sendo assessorados pelas mais ilustres figuras nas determinadas áreas, ou assim devia ser!

 Apesar do desmembramento ocorrido anos depois, existiria sempre alguém na desposição de um contrato para todos vantajoso.
Se os "nossos" politicos passassem a ser mais responsabilizados (civilmente) pelos seus actos, actuariam com muito menos displicência.

Um Abraço.
 

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papatango

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« Responder #17 em: Junho 01, 2009, 08:29:49 pm »
Nuno Calhau ->

Quais eram os mercados no inicio dos anos 90 ?
A questão é essa.

A guerra Irão-Iraque é anterior ao problema. Durante a guerra Irão Iraque, ainda havia mercado para os países que produziam equipamentos menos sofisticados e fardamentos.
Nessa altura ainda não tinha desaparecido a União Soviética.

O problema localiza-se no final dos anos 80 e inicio dos anos 90. É a partir daí, que deixa de haver guerras e que os países da fragmentada União Soviética começam a colocar armamentos a pataco nos mercados internacionais.

No inicio dos anos 90, começa um aumento no nível de salários em Portugal, que veio tornar os produtos portugueses mais caros.

Um país não pode ter industrias de defesa à espera unicamente do mercado de exportação. Os casos que existem são pouco significativos e acabam por dar em falência.

Esta é a realidade objectiva da economia portuguesa e da economia internacional. Sem guerras, e com empresas que têm que pagar salários mais altos, como é que é possível sobreviver ?

A única hipótese é mudar de gama e passar para uma plataforma superior. Mas na área da defesa isso implica investimentos em tecnologia, que nós não estamos em condições de fazer.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...