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Substituição Populacional: os factos!**
O Polígrafo da SIC aproveitou uma publicação de um deputado do Chega, que falava sobre a substituição populacional que está em curso em Portugal (e no restante Ocidente), para fazer um exercício de “fact checking” que negou a realidade desse fenómeno demográfico.
Falaremos deste assunto a partir do exercício da SIC, mas o empenho dos Media e restantes lóbis de influência do Ocidente em negar a existência dessa realidade é geral.
Vamos aos factos!
1-A experiência empírica
Talvez o mais revoltante neste exercício que os jornalistas e os “especialistas” levam a cabo seja a negação de uma realidade que é observável de forma empírica por todos os que percorrem Portugal ou que viajam pela Europa. É um atestado de insanidade que atribuem a quem vê essa transformação a ocorrer em larga escala com os próprios olhos e a quem depois dizem que o que os seus olhos vislumbram é afinal fruto da imaginação.
E para ver com os próprios olhos o contraste entre os supostos “factos” destes propagandistas e a realidade, basta sair de casa e andar a pé pela área metropolitana de Lisboa, apanhar determinados transportes púbicos, ir a alguns supermercados, ou até fazer uma viagem por zonas mais rurais que outrora eram genuinamente e exclusivamente portuguesas e onde agora se encontra todo o tipo de diversidade e novas culturas que as tornam irreconhecíveis.
Aquilo que os nossos sentidos percepcionam é uma arma importante contra a propaganda que nega a realidade observável.
2-Estatísticas para idiotas
Talvez o argumento mais recorrente que serve de “base factual” a quem nega a existência da substituição populacional sejam as estatísticas sobre o número de estrangeiros no país.
Dizem que não pode haver nenhuma substituição populacional porque a população estrangeira representa “apenas” 8% da população total. Há poucos anos eram “apenas 5%”, agora são “apenas 8%”.
Mas mesmo esses “apenas 8%” não são assim tão pouco representativos e passam para 14% da população na faixa etária entre os 20 e 49 anos, ou seja, na população adulta em “idade fértil”. (1)
E mais, é que esses 8% (ou 14% em idade adulta reprodutiva) escondem uma realidade que as naturalizações e as alterações à lei de nacionalidade tornam muito mais sombria.
É fácil de perceber que se a atribuição de nacionalidade a estrangeiros for fácil, então a população de origem estrangeira pode estar constantemente a aumentar e nunca passar dos 10% nas estatísticas, porque os outros acabam, mais cedo ou mais tarde, por entrar para as estatísticas dos cidadãos nacionais.
No extremo, um país poderia sofrer uma total transformação da sua população e no final ter apenas 10% de estrangeiros nas estatísticas, bastando que aos outros fosse atribuída a nacionalidade.3- As naturalizações
Para se perceber até que ponto é permissiva a lei de atribuição de nacionalidade em Portugal e até que ponto são ilusórias as estatísticas que procuram mitigar o peso da população estrangeira, tenha-se apenas em conta este facto que o Eurostat nos dá: há mais de uma década que Portugal está consecutivamente no top 4 dos países com maior taxa de naturalizações da sua população estrangeira e bastante acima da média dos outros países europeus (2):
2021: Portugal teve a 4ª maior taxa de naturalizações da Europa (num total de 31 países).
2020: 2ª
2019: 3ª
2018: 3ª
2017: 4ª
2016: 3ª
2015: 2ª
2014: 3ª
2013: 3ª
2012: 4ª
2011: 3ª
2010: 2ª
Assim é fácil continuar a receber fluxos incessantes de imigrantes e ter um crescimento moderado da população estrangeira nas estatísticas.
4- uma lei de nacionalidade baseada no jus soli
O problema das naturalizações está ligado às alterações destrutivas da lei de nacionalidade que foram realizadas na última década e meia, mas o tema não se esgota aí.
Tão ou mais importante foi a alteração legislativa do conceito de nacionalidade que deixou de assentar no “direito de sangue” para passar ao “direito de solo” (jus soli). Ou seja, se antes tinham acesso à nacionalidade portuguesa sobretudo os descendentes de portugueses nascidos em Portugal, com as alterações realizadas passaram a ter acesso imediato todos os que simplesmente nascem em Portugal.
É evidente que isto está a gerar uma transformação radical na população portuguesa. Os muitos filhos dos imigrantes, até ilegais, pelo simples facto de aqui terem nascido, mesmo que descendendo de quem não tem qualquer ligação com a nação portuguesa, são automaticamente considerados portugueses.
Ora, é óbvio que isto configura uma importante componente da transformação demográfica que as estatísticas não mostram e que permite a “analistas” engajados argumentarem que não há qualquer substituição populacional porque essas pessoas têm cidadania portuguesa.
5- A estrutura etária das respectivas populações
O gráfico que o deputado do Chega mostrou representava a estrutura etária da população estrangeira comparada com a da população nacional (ver imagem).
E aquele gráfico é muito importante pois evidencia com absoluta clareza que a população estrangeira tem uma estrutura etária jovem e que a população portuguesa tem uma estrutura etária envelhecida, que é o exacto paradigma de uma progressiva substituição demográfica a ocorrer através da mera passagem do tempo.
Com base no estudo publicado este ano pelo Observatório das Migrações podemos ver que 62% da população imigrante tem entre 20 e 49 anos, enquanto apenas 35% da população portuguesa se situa nesse grupo etário.(3)
Como consequência disso, se olharmos para as taxas de natalidade vemos que em 2022 os bebés nascidos em Portugal de mães estrangeiras representaram 17% do total (e já não contando com os que nasceram de mães de origem estrangeira mas que têm nacionalidade portuguesa) e a taxa bruta de natalidade das estrangeiras foi de 37,6 filhos por 1000 mulheres contra 13,7 por 1000 portuguesas. Quase o triplo! (4)
E tudo isto se conjuga ainda com elevados níveis de emigração dos jovens portugueses.
6- O caso americano
Para compreender o problema da substituição populacional importa olhar para um caso que tenha estatísticas étnicas disponíveis para uma análise integral, e para isso os EUA são sempre um óptimo recurso.
O problema da substituição populacional não pode ser analisado simplesmente a partir das estatísticas da percentagem de estrangeiros na população nacional, porque isso é uma visão falaciosa e meramente administrativa. A substituição populacional é, na verdade, um processo de mutação da identidade étnico-cultural da população autóctone de uma comunidade por via da entrada significativa de populações étnica e culturalmente distintas.
O caso norte-americano é a esse nível elucidativo. Até 1970 a população norte-americana era constituída em cerca de 90% por caucasianos de ascendência europeia. A partir daí deu-se uma tal transformação na sua composição demográfica, por via da imigração massiva de um novo tipo de imigrantes e do acesso dos seus descendentes à nacionalidade, que a população caucasiana de ascendência europeia não chega hoje a 60% da população. Isto ocorreu no curto espaço de 5 décadas e enquanto tudo isto acontecia e a realidade desabrochava perante os olhos de todos, os Media e os analistas políticos explicavam que a substituição populacional era uma teoria da extrema-direita porque a percentagem de estrangeiros não passava dos 5% ou 10%...lembra-vos algo, não é? Pois é.
7- Conclusão
Sim, há uma substituição populacional a ocorrer em Portugal a um ritmo acelerado e é fomentada por uma lei de estrangeiros sem quaisquer critérios de exigência e uma lei de nacionalidade que foi propositadamente destruída para permitir a concretização dessa transformação.
(1) Indicadores de Integração de Imigrantes, 2023, Observatório das Migrações, pag. 75
(2)
https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/MIGR_ACQS__custom_653045/bookmark/table?lang=en&bookmarkId=386fce75-2a76-4641-8021-f4c126b196b0&fbclid=IwAR1MbyetCCARIO1dS2apGdAiocA4vFNat_mm6ZcP8eIJzlY_OC9IRxZfaFc(3) Indicadores de Integração de Imigrantes, 2023, Observatório das Migrações, pag. 75
(4) Indicadores de Integração de Imigrantes, 2023, Observatório das Migrações, pp. 77-78
(5)
https://en.wikipedia.org/wiki/Historical_racial_and_ethnic_demographics_of_the_United_States?fbclid=IwAR2vektNC5dYSr1IWrJGiR37j3s3WZLjXV4KW4OjUNDTqHOVIU2oULpLdpI